Alis Grave Nil.

“Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras.

Desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida, mas, infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser.

Nó aperta, laço enfeita. Simples assim.”

(Caio Fernando Abreu)

Mudanças de sentimento agora são apenas o passado se autoaniquilando na minha mente.

E por mais que você queira, não vai conseguir mudar isso — nada aqui será como antes.

Neste momento, sou eu quem dita as regras do jogo.

Estou embaralhando as cartas certas do meu próprio destino.

Condensando o resto das possibilidades.

Mudando o percurso do meu mar de gente

num mar de ideias profundas e viciantes.

Mas vou logo avisando:

brinque com este calabouço místico e talvez descubra do que sou capaz.

Queime minha carne, e levará olhares de purificação.

Beije minha face, e levará murros de compaixão.

Brinque com meus sentimentos mais profundos,

e será trancado na prisão que existe dentro de mim.

Isto aqui é vida real se transformando em força e imagem.

Não é criancice, meu nobre idiota hediondo e retardado.

Isto é sentimentalismo duro e divino —

não uma brincadeira tola e sem verdade.

Brinque comigo, com minha face dilacerada,

e talvez encontre uma alma mais forte e determinada

do que sua fé cega e falsificada.

Mais viva que sua existência dolorosa,

cheia de lamentos e vazia de oportunidades de felicidade.

Morra queimado com a própria sorte,

soterrado na dor que cultivou por tanto tempo.

Queime seu pequeno veneno no inferno dos seus sentimentos falsos,

meu nobre príncipe negro e amaldiçoado!

Só descansarei quando te queimar por completo,

quando sua masculinidade estiver mais arruinada

do que a areia seca de um deserto.

Só prosseguirei quando perseguir e destruir suas últimas quimeras.

Quando eliminar todas as sombras que deixou para trás

para me atormentar.

E quando eu transformar sua mente apaixonante

num circo dos horrores, vazio e deprimente,

destruirei suas verdades e iludirei ainda mais suas dores.

Sim, agora estou no comando.

Ditando as malditas regras deste jogo falso

que você criou para ferir e iludir inocentes.

E eu sei — no fim, você vai adorar jogar esse jogo mortal e demente.

Um jogo que se chama: Amar Loucamente