Sob á Máscara do Passado.
João Pessoa, 05/06 de Setembro de 2013
“Sim: eu sou um sonhador.
Pois um sonhador é aquele que só pode encontrar seu caminho ao luar,
e sua punição é que vê o amanhecer antes do resto do mundo.”
(Oscar Wilde)
A cada dia que passa, estou olhando para trás.
Mas espere um momento — não quero dizer com isso que quero reviver o passado ou algo assim. O passado é passado.
Olho para trás para compreender que todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos enxergam o mesmo horizonte.
Olho para trás para ter ainda mais certeza de que dei tudo de mim na vida — tudo o melhor de mim — buscando o que realmente fazia sentido, mesmo quando todas as luzes ao meu redor estavam apagadas.
Olho para trás e percebo que minha lenda pessoal está mais viva do que todos os meus melhores dias. Porque aprendi a ter orgulho de ser quem sou: com a minha personalidade forte, minhas decisões, minhas atitudes e meu caráter (tudo aquilo que, nos últimos dias, você disse odiar em mim).
Não vou dizer que foi fácil. Que é fácil ser Karoliny Lorak. Que nunca quis desistir.
Mas valeu a pena. Porque aprendi a ser forte.
Eu era uma garota idiota, insegura, que não queria ajuda.
Que havia criado para si mesma uma ideologia de vida autodestrutiva, de caos e insegurança — onde ela era o início, o meio e o fim.
Mas ao atravessarmos a fase da adolescência, começamos a crescer — internamente e espiritualmente.
E aí passamos a enxergar chaves, portas e caminhos que jamais entenderíamos antes.
Tudo no seu tempo. Na hora certa da evolução.
Lembro das brigas com meus pais. Um dos períodos mais dolorosos da minha vida.
Aquele tempo foi um verdadeiro inferno.
Eu não me sentia feliz. Sentia apenas que aquele não era o meu lugar.
Que eu poderia enlouquecer com aquelas conversas que me diminuíam.
Eu não precisava de inimigos — meus próprios pais falavam mal de mim até para os amigos deles.
Mas eu me transformei. Me moldei.
Renovei minha energia. Me reconectei com o amor que tinha por mim mesma.
Eu pulei do meu abismo sem olhar para trás.
E na minha bagagem, trouxe apenas o que valia a pena — o que moldou meu caráter.
Me apaixonei. Quebrei. Me reconstrui.
Me blindei com uma capa invisível, feita de tudo aquilo que me curou.
Percebi, há poucos dias, que as melhores pessoas do mundo não têm as melhores coisas.
Nem os melhores pais. Nem o melhor emprego.
E que não sabemos de nada enquanto estivermos acordados, enxergando o mundo com os olhos daqueles que pensamos amar.
Vivência nem sempre é resistir — às vezes é lutar por aquilo em que se acredita.
Com fé. Com esperança. Com dignidade.
E, principalmente, com amor.
As pessoas vão te ferir com palavras.
E, às vezes, será preciso revidar — para que saibam que você é de carne e osso.
Que você não é uma heroína de quadrinhos.
E qualquer pessoa que quiser viver algo verdadeiro comigo vai precisar atravessar uma longa jornada — pelos seus próprios sonhos e demônios.
Talvez, no fim dessa tempestade, esteja mais forte e mais ligado a mim, à minha essência — àquilo que alguns chamam de amor.
Aprendi com um amigo de infância sobre ligações cósmicas.
A outra parte.
A metade das metades.
Percebi que, no amor, as palavras nem sempre importam — o que importa mesmo é o sentimento.
Porque sentimentos não têm nome.
Eles apenas são o que são. Sem rótulos. Sem autoengano. Sem objeções. Apenas ser.
E hoje, do fundo do meu coração, compreendo o valor de ser quem sou.
Mesmo com meus defeitos, com meus dramas, com meus segredos mais profundos.
Mesmo com os amigos que se foram, e com os que ficaram — aqueles que, mesmo longe, me enviam luz.
Aqueles que, perto ou longe, estarão comigo pelo resto da vida — para me apoiar, me levantar, secar minhas lágrimas.
A vida me ensinou que:
“Chegamos com a poeira e partiremos com o vento.”
E por mais que você queira mudar o seu passado, ou apagar as dores que ficaram,
o que realmente importa é se levantar com a dor, e seguir em frente com um objetivo claro.
Porque foram exatamente essas dores que te fizeram ser a grandiosa pessoa que você é hoje.
Então, a partir deste momento…
Plante seu jardim.
Decore sua alma.
Em vez de esperar que alguém te traga flores
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