Vidraça.

A cidade obscurece, e jazigo aqui.

Trago minha cigarrilha em mãos e contemplo a doce névoa do céu, nesta soturna madrugada à minha vidraça.

Estrelas brilhantes fazem parte de um passado inexistente, e sussurram-me palavras de adeus.


Imagino e reflito sobre a vida.

Percebo como somos jovens, intensos, presos no tédio autodestrutivo — púberes que tentam se encontrar de alguma forma, em algum lugar.

Somos invisíveis, incompreendidos; acoplados neste imenso espaço existencial.

E, muitas vezes, procuramos outra maneira de viver, de lidar com a dor, de responder certas perguntas que nos acompanham até o nascer do sol.


Somos jovens que querem sentir-se vivos, a qualquer custo.

Queremos saber o real motivo do porquê — e como ainda estamos aqui.

Somos jovens que despertam com o amor.

Porém, descobrimos da pior maneira que tudo que somos e vivemos é apenas um sonho vivido só.


Um vazio sem designação.

É desconcertante este sentimento de inexistência.

Esse reflexo de solidão.


Mas, eu ainda permaneço…

Planejando sonhos nos quais ainda podemos sorrir e chorar


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