TODA ESPERANÇA SE FOI.

Quando somos jovens, acreditamos piamente no amor.

E ele acaba se tornando uma idealização idiota de alguém perfeito.

Isso vai crescendo, tomando proporções maiores do que nossos sonhos,

maior do que qualquer coisa no universo.

E, de alguma forma, ficamos loucos pensando nisso.


Quando somos jovens, o amor é lançado dentro dos nossos pensamentos como um cometa,

e é acrescentado por detalhes mágicos.

Cada vez que pensávamos na pessoa a quem amar,

nosso céu era decorado por bilhões de estrelas brilhantes,

que se acendiam no caminho.


Acreditávamos tanto no amor que a intensidade e a euforia

passavam a desafiar aquilo que um ser humano é capaz de armazenar no coração.

Quando somos jovens, acreditamos no AMOR,

mas não nos damos conta de que ele é uma doce mentira

inventada por alguém que só queria sobreviver.


Com o passar dos anos, o que entendíamos por amor

começa a tomar outra forma — se transforma em indiferença, farsa, mentira, frieza.

Mais uma noite com alguém que acabamos de conhecer numa festa

ou em um desses aplicativos de relacionamento,

que, assim como nós, está à procura do “par ideal”.


A conversa é sempre a mesma, em qualquer continente.

Existem milhares de pessoas como você,

que querem encontrar a pessoa certa, algo diferente, algo especial.

Alguém que entenda sua solidão e que lhe faça sentir em casa.

Alguém que complete sua alma.

Mas isso, na maioria das vezes, são só historinhas melosas inventadas pra te iludir.

A pessoa nunca sente nada especial.

E tem gente que, quanto mais procura esse tal “AMOR”,

mais se quebra pelo caminho e só se fode no fim da estrada.


Mas você já parou pra pensar que o AMOR pode ser uma invenção?

Ou que Deus talvez tenha escolhido só algumas poucas pessoas

pra encontrar o que chamam de “amor verdadeiro”?

Pois é, eu já pensei nisso.

Pensei muito.

E conheço várias pessoas que se sentem como eu.

Como se houvesse um vazio na alma,

incapaz de ser preenchido com esse negócio de amor.

Parece que estamos todos num navio prestes a afundar — tipo Titanic, sabe?

E quase ninguém encontrou seu Jack por lá.

Morremos afogados esperando ser salvos.


De qualquer forma, quando chegamos aos vinte e poucos anos,

e nossa inocência vai morrendo,

a esperança se torna pequena e tênue.

Descobrimos que, assim como tantos outros,

estamos em busca de algo que talvez nem exista.

E se existir, sinto muito…

assim como eu, você pode não ter sido escolhido pra participar.


Shakespeare já havia mandado o recado pra gente, quando disse:

“Eu aprendi que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.”


No fim das contas, temos que nos acostumar com a ideia

de que aquelas borboletas que achávamos sentir no estômago

quando éramos adolescentes… estão mortas.

E você precisa se conformar com isso.


Portanto, é só depois de muita porrada e muitos “foras” da vida

que a ficha cai.

Você entende que, quando jovens, fomos programados

pra sentir algo que nem era real.

E tudo isso foi imposto como se fosse o ideal da vida perfeita.

Essa historinha de AMOR, CARA METADE, ALMA GÊMEA — papo furado.

Foi inventada pra nos aprisionar.


E, quando você estiver cansado de lutar contra tudo,

e aceitar as coisas como realmente são,

vai entender que sempre existiu uma barreira invisível de arame farpado

no fim de um precipício,

que lhe impedia de chegar naquilo que você achava que era amor.


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