Algum dia…

Algum dia, alguém irá falar

das risadas que dei,

dos sonhos que realizei,

dos tombos que caí,

das viagens que fiz,

das pessoas que amei,

das maldades que cometi,

da bondade que demonstrei,

das loucuras que senti.


Mas que seja conhecido:

ninguém lembrará o motivo das minhas risadas,

nem o tamanho dos meus sonhos,

nem como me arranhei fatalmente e, ainda assim, sobrevivi,

nem das diversões que me faziam viver,

nem das maldades que foram aniquiladas.

Sim, eu me machuquei no amor, mas minha loucura me manteve viva para continuar,

mesmo que o vinho acabe,

que o cigarro apague,

que o barco afunde.


Que seja conhecido:

o tamanho da minha vontade

de ser contraditória foi o gás que impulsionou minha existência.

E agora, não estou afim de ser somente um peixe num cardume

que nada para um oceano de erros superficiais.

E, quem sabe, o mar certo só esteja em minha cabeça.


Que seja conhecido:

que o irreal, as loucuras e a insanidade

que habitam em meu coração,

são ambivalentes para duelar com essa sociedade de merda.


Que seja conhecido:

que querer voar dimensões

para chegar à eternidade,

irá requerer de você

a risada mais sublime,

o minuto mais fodástico

e a insanidade mais perfeita.


E, um dia, alguém irá falar sobre você.

E, nesse dia, todos saberão o quanto você foi feliz


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