Nós
Nós nunca nos tornaremos reais.
E esperamos, secretamente,
que as pessoas com quem nos relacionamos
consigam conhecer versões nossas que nem nós conhecemos.
Porque não sabemos viver a vida.
Não temos as ferramentas certas.
Porque todo mundo está ocupado demais andando por aí,
tentando enganar todo mundo,
se fazendo de durões que não se importam com nada.
Mas, na realidade, você se importa.
Se importa tanto que não consegue suportar estar vivo.
E isso é uma merda!
Perdemos tudo o que tocamos.
Perdemos por medo de sermos nós mesmos,
numa ladeira que dá em lugar nenhum —
abismo de mentiras gloriosas,
banhado por oceanos de contentamento e desolação.
Às vezes, o silêncio guia nossa mente
de uma forma destrutiva e louca.
Às vezes, só queremos fugir,
por um corredor que não leve às aflições desenfreadas.
Nós permanecemos,
onde mundos se colidem
e os dias são escritos sob a máscara de mil sóis.
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