Algum dia…
Algum dia, alguém irá falar das risadas que dei, dos sonhos que realizei, dos tombos que caí, das viagens que fiz, das pessoas que amei, das maldades que cometi, da bondade que demonstrei, das loucuras que senti. Mas que seja conhecido: ninguém lembrará o motivo das minhas risadas, nem o tamanho dos meus sonhos, nem como me arranhei fatalmente e, ainda assim, sobrevivi, nem das diversões que me faziam viver, nem das maldades que foram aniquiladas. Sim, eu me machuquei no amor, mas minha loucura me manteve viva para continuar, mesmo que o vinho acabe, que o cigarro apague, que o barco afunde. Que seja conhecido: o tamanho da minha vontade de ser contraditória foi o gás que impulsionou minha existência. E agora, não estou afim de ser somente um peixe num cardume que nada para um oceano de erros superficiais. E, quem sabe, o mar certo só esteja em minha cabeça. Que seja conhecido: que o irreal, as loucuras e a insanidade que habitam em meu coração, são ambi...