Ilação dos 19*

Aprendi que por mais difícil de viver honestamente sempre surge alguém e te envenena contra sua própria honestidade. Aprendi sobre o que ainda viverei em um mundo distante dessas bombas nucleares que me cercam. Desbravei o sonho do amanhã em desenhos que o mundo jamais entenderá. Supliquei pela alma dos meus inimigos que já não lembro o real motivo por que os odiava. Resguardei o sentimento de luta, para que eu estivesse alerta a todo e a qualquer amanhecer. Busquei honrar a verdade, mais ela sempre esteve trazendo a mentira. Decidi sorrir para a maldade, mesmo que ela carregasse o melhor de mim. Construí um castelo, com os sonhos que eu nunca irei viver. Lutei até a morte, com as paixões que a vida me entregava, mais por um instante pude ver que o amor verdadeiro ela se esqueceu de me devolver. Briguei com o destino, que só vinha ao meu encontro para me apunha-la pelas costas. Guardei os momentos que jamais se repetem duas vezes entre eu e meu mundo de ilusão. Beijei a morte em um dia de extrema melancolia. Já estive no abismo, mais nunca tive coragem para saltar sozinha. Acreditei no passado e fui engolida pelo presente. Condenei o horror de guerras santas que, jamais pertenceram a Deus. Fugi das quimeras que só faziam parte do mundo lá fora. Brinquei com o verão, e me queimei no Inverno. Atrapalhei a mente daqueles que não faziam nada para se salvar. Apaguei a revolta da minha vida, por que aprendi que a revolta já não fazia parte de mim. Despertei a maturidade que dormia dentro do meu eu interior. Entreguei-me a liberdade de viver o que era melhor só para mim. Dormir uma eternidade para entender a luz que eu trazia dentro de mim, que nunca foi e nunca será igual à de ninguém ao meu redor. Conclui que nem sempre viver é a palavra certa, quando você se sente uma alma ambulante, quando toda essa dor é real demais para o mundo que te enxergar como mais uma coisa no mundo lá fora, as únicas pessoas que te enxergam são os anjos perdidos que se sentem como você. Um ciclo que fecha outro se abre, mais se o hoje terminar como eu quero que termine, a única pessoa nesse ato final foi aquela que abriu a cortina principal: Eu.

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