AO SOBERANO SHAKESPEARE**


Jonh Shakespeare é originário de uma pequena aldeia, Snitterfield; vizinha de Stratford.
No ano de 1557 ele se casa com Mary Arden; eles tiveram oitos filhos; as duas primeiras meninas morreram ao nascer; mais o seu terceiro filho, William que nasceu em 23 de Abril de 1564, seria agora o filho mais velho e também seria no futuro um formidável e insubstituível ator, poeta, filósofo e dramaturgo, que seria aclamado e reconhecido em todo o planeta pelas gerações seguintes como o maior dramaturgo da História. Depois dele vieram mais irmãos, uma menina que morreu jovem e três homens: Gilbert, Richard, Edmund e uma irmã Joan.
William Shakespeare (1564-1616) era um poeta; ator e um dramaturgo com uma dimensão e visão diferente de todos os outros; é o clássico por excelência da língua inglesa.
Portanto vamos descobrir um pouco sobre este soldado desconhecido.
Shakespeare, teve uma escolaridade mais ou menos normal na Grammar School de Stratford onde aprendeu um pouco de latim e menos de grego e ele certamente dedicou muito do seu tempo lendo sobre cultura, arte e história; mais alguns maus negócios do pai o obrigam a abandonar a escola bastante cedo. Com isso aos catorze anos o adolescente Will, começa a ajudar seu pai como aprendiz e também ajuda sua mãe ás vezes com seus irmãos caçulas.
Aos 15 anos de idade Shakespeare presencia sua primeira grande tragédia, a jovem Katherine Hammlet que era vizinha dele se afoga acidentalmente em um lago perto das imediações de Tiddington, algumas pessoas acreditam que ela seria o primeiro amor do jovem William.
Em 28 de Novembro de 1582 Shakespeare agora com 18 anos se casa com Anne Hathaway, que era 8 anos mais velha do que ele, então em Maio de 1583, nasce Suzanna a primeira filha do casal e logo em seguida em 2 de Fevereiro de 1585, nasce os gêmeos Hamnet (este morreu com 11 anos de idade e para muitos sua morte é um mistério) e Judith.
Mais a verdadeira vocação de William era outra e não estava na cidade de Stratford que na época só tinha mais de mil e quinhentos habitantes, sua vocação sua áurea, seu mundo interior gritavam as maravilhas de algo realmente grandioso e magnífico (O Teatro)*
Suas obras-primas e genialidade foram encenadas; interpretadas e muitas vezes questionadas por meros mortais que jamais enxergariam a verdadeira face de William que ao longo de sua vida foi sempre de alguma forma uma pessoa passiva e verdadeira; o Jovem Shakespeare cheio de vida, sonhos e expectativas segue para a linda e obscura Londres, que nesta época era governada por Elizabeth I, e lá ele descobre que só com muita luta e criatividade se podia haver mudanças e realizações e como ele mesmo disse em seu Menestrel
“Aprendi a sutil diferença entre estender a mão e acorrentar uma alma”.
Shakespeare ainda jovem tentou ganhar a vida como ator; numa das companhias itinerantes que seguia para Londres; e no ano de 1582 com seu chapéu de pluma o jovem de 18 anos se junta aos Chamberlain’s Men. Nesta companhia William faz amizades que o ajudaram a moldar seu caráter perante a sociedade e ao mundo que ele viria a presenciar e habitar logo em seguida.
No inicio Shakespeare era um modesto ator e não se contentava apenas em representar a comédia; mais começou a escrevê-la também; sua primeira comédia foi A comédia dos Erros, mais seu primeiro sucesso como dramaturgo só veio em março de 1592 (na época ele tinha 28 anos). Em março de 1592, á peça Henrique VI (primeira obra catalogada de Shakespeare) estreou em Londres, mais depois de três meses o teatro e toda a parte urbana da cidade foi interditada por causa da peste. Então Shakespeare para não ficar parado decide exercitar seu lado poeta, e é nesse momento que ele nos surpreende com os belíssimos poemas Vênus e Adônis (1593) e A violação de Lucrécia (1594). Depois o jovem dramaturgo é designado á cuidar das representações da trupe do camareiro-mor da corte e podia-se dizer que todos os consideravam inteligente e acima de tudo um homem honesto, depois de quatro anos ele passa para um novo cargo, agora ele é um dos oito Shakers da companhia. Mais podemos ver em uma cena do filme Shakespeare apaixonado, o bardo tentando vender suas peças em um balcão de uma taverna em Londres. Com 30 anos de idade, e com a peste matando centenas pelo Reino Unido, ele agora desempregado (tecnicamente) segue para sua cidade natal Stratford, onde passa uma longa temporada, ele novamente sente o frescor dos campos enquanto cavalgava e percorria os bosques ao redor da cidade nos fins de tarde, e revendo as belezas naturais começa uma inspiração para dar inicio a fase mais obscura e genial de suas obras-primas, a série das (Dark Plays) peças com problemas, foram elas: Hamlet, MacBeth, Rei Lear e A Tempestade.
Alguns pensaram que tudo desde o começo para o jovem e belo Shakespeare foi vindo de bandeja, que tudo desde o começo foi flores, mais esses que pensaram se enganam grandiosamente, Shakespeare assim como seus companheiros de palco sofreram, e lutaram por seu lugar ao sol, se parássemos para analisar algumas de suas peças veríamos que o sofrimento vivido por ele e seus companheiros é estampado e relatados muitas vezes em suas obras e como um ser humilde e compreensivo ele mesmo muitas vezes enquanto escrevia seus manuscritos, ajudava seus Companheiros nos afazeres cotidianos. Ele antes de tudo era um poeta e um genial dramaturgo que encantava os expectadores que se deliciavam e viajavam para dentro do seu mundo particular. Os melhores amigos de Shakespeare foram: Richard Burbage a quem Shakespeare escreveu seus mais importantes personagens como por exemplo; Hamlet, Ricardo III, Otelo e Malvólico em Noite de Reis e Henry Wriothesley o conde de Southamptom que permitiu a Shakespeare o acesso a corte e sempre o ajudava em suas dificuldades financeiras, e por último e não menos importante, Henry Cordell um dos amigos mais fieis do bardo, membro da trupe de Shakespeare até 1625, foi ele quem se encarregará das edições das obras completas de Shakespeare após sua morte. E podem acreditar foram muitas obras, divididas em tragédias; comédias e tragicomédias na verdade 37 peças (sendo que uma delas é julgada apócrifa), as mais conhecidas entre elas foram:
Romeu e Julieta
Ricardo III
MacBeth
Henrique V
Hamlet
A Comédias dos erros
Antônio e Cleópatra
Bem está o que bem acaba
Rei Lear
O sonho de uma noite de Verão
Júlio César
Trabalhos de Amor perdidos
O mercador de Veneza
Otelo, o mouro de Veneza
A megera domada
Muito barulho por nada
Noite de reis
As alegres comadres de Windsor
Conto de inverno
A Tempestade.
E mais dois livros de poemas Vênus e Adônis, O Rapto de Lucrécia e um livro de Sonetos.
Em Agosto de 1596 A morte de seu filho Hammet foi um grande golpe do destino para Shakespeare, ele por alguns meses escrevia textos cheios de profunda dor e depressão com a perda e ausência de seu único filho homem; alguns autores de suas principais biografias acreditam que a peça Hamlet (o príncipe Dinamarquês) foi escrito como uma singela homenagem para o filho morto, se compararmos os dois nomes haveria muita semelhança, ou foi para a jovem Katherine Hammlet?
Outros mistérios rodeavam a vida particular e a obra de William, algumas pessoas da época dizem que ele ao final de mais uma noite de trabalho podia sair com jovens e belos rapazes para seus aposentos (naquela época os rapazes se vestiam como mulheres para representar as peças, era proibido atrizes) e outros dizem que ele poderia ter feito programas com velhas senhoras ricas da época para se manter em Londres quando suas peças de teatro nem davam para ele tomar uma caneca de cerveja em tavernas; mais como ele mesmo disse uma vez:
“Descobri que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que lhe ajuda a levantar-se.
Mais sem sofrimento e lutas o homem e mito William Shakespeare não seria o mesmo, todas suas guerras interiores e sofrimentos e algumas guerras travadas com outros escritores da época formaram sua personalidade e o transformaram em um homem generoso e misterioso e um observador voraz dos expectadores que assistiam suas peças; ele escrevia para pais de famílias e jovens moças enamoradas e com suas metáforas poderia ludibriar sonhadores e intelectuais; ele poderia enganar a todos com suas tragicomédias e tragédias, mais acho que jamais a si o homem sob á máscara se poderia enganar,houve uma época na vida de William por volta dos 40 anos de idade, onde ele queria experimentar o novo e irreal mundo das seitas, então ele participou de uma seita, em segredo é claro, alguns historiadores dizem que ele era Maçom e outros afirmam que ele poderia ser dá Rosa-Cruzes. Para escrever algumas peças mais fantasiosas dizem que ele usou algumas drogas psicodélicas da moda na época para entrar mais profundamente em seu subconsciente, enquanto escrevia seus manuscritos ele fumava um cachimbo longo e fino, esculpido com uma figura de proa; uma sereia.
Mais o ponto mais alto, intrigante e misterioso das obras de William Shakespeare sem duvida nem uma, são seus Sonetos, onde o já homem-maduro Shakespeare esclarece sua vida íntima, seu lado erótico e suas verdades ocultas;onde o delírio do amor verdadeiro e eterno lhe fazem afundar na grande imensidão de seus próprios sentimentos.
Os sonetos só foram publicados em 1609 por Thomas Thorpe, porque até então Shakespeare só os lia em reuniões intimas para velhos e novos amigos.Os sonetos são em número de 154 e tem a particularidade de ser distribuírem no tempo em vez de se concentrarem em um único período.Nesta Obra Shakespeare exprime livremente seu ego e sua natureza profunda; sua sensibilidade e talento inato de poeta. Pode-se encontrar nos sonetos dois elementos muito particulares; o primeiro é a cronologia que vai de 1598 á 1609 ou 1610 e a inspiração.
Mais estes sonetos alimentam mistérios ao longo de sua publicação, Vamos analisar?
Na primeira parte dos sonetos; tem por objetivo um jovem para quem o autor o incita a casar-se e ter filhos e aproveitar a juventude; depois ele se dirige para o jovem de uma maneira mais explícita. Na última parte surge uma misteriosa dama sombria (The Dark Lady) então surge o terceiro personagem (o próprio autor) o poeta aparentemente idoso que aconselha e ao mesmo tempo tem ciúme e para terminar fica cheio de amargura.
Se analisarmos a obra veremos que é uma insistente e livre declaração de amor a um jovem.
Mais na segunda edição dos sonetos em 1640 (depois da morte de Shakespeare) publicados por John Benson, este risca várias palavras dos sonetos e até censuras algumas palavras e frases passando de 154 para 146 sonetos ele até substitui pronomes e adjetivos masculinos para femininos á fim de dar á entender que eles se dirigiam á uma mulher.
Mas Oscar Wilde sabendo de todos os mistérios e portas entreabertas que existiam nesta obra; publica em 1889 um livro pouco conhecido, uma ficção disfarçada chamada “O retrato de W.H”, no qual ele afirma que W.H é um jovem ator da trupe a quem são dedicados os misteriosos sonetos. Mais o que deu essa idéia á Oscar Wilde, foi a dedicatória encontrada no fim do livro de sonetos que dizia o seguinte:

TO THE ONLIE BEGETHER OF
THESE INSVING SONNETS
MR. W.H. ALLHAPPINESSE
AND THAT ETERNITIE
PROMISED
BY
OVR EVER LIVING POET
WHISHET
THE WELL WISHING
ADVENTURER IN
SETTING
FORTH.
T.T.**

**AO ÚNICO INSPIRADOR DESTES SONETOS NASCENTES
MR. W.H. TODA FELICIDADE
E AQUELA ETERNIDADE PROMETIDA
POR NOSSO POETA ETERNO
DESEJA O BEM-INTENCIONADO
AVENTUREIRO AO LANÇAR ESTA EDIÇÃO.
T.T

Depois dessa dedicatória os sonetos se transformaram em uma investigação policial e em todas as biografias Shakesperianas seus autores tentam desvendar o mistério.
Vamos aos prováveis nomes: (façam suas apostas)
Poderia ser o belo e loiro William Hebert o conde de Pemtroke; que além de amar as peças de Shakespeare também era sempre visto nos fins delas conversando com o bardo.
Ou seria o protetor e velho amigo de sempre, Henry Wriothesley o conde de Southampton (neste caso Shakespeare teria invertido as inicias para ocultar o nome), a quem Shakespeare dedicou seus poemas, vejamos a dedicatória:

“O amor que tenho por vossa senhoria é sem fim, este opúsculo sendo apenas um modesto acréscimo. Seguro de vossas favoráveis disposições, que não merecem meus versos pouco engenhosos, estou certo de que os aceitareis. O que fiz vos pertence, assim como o que eu fizer, pois é apenas parte do que vos devo. Se meu mérito fosse maior, minhas homenagens o seriam ainda mais. Tais como são, é a Vossa Senhoria que eles pertencem a quem eu desejo uma longa vida, prolongada também por todas as felicidades.
A Vossa Senhoria, o muito devotado William Shakespeare.”

Também existe a hipótese de que os sonetos poderiam ser para um jovem da trupe, que Shakespeare tinha um caso secreto, são tantas e muitas hipóteses desde o inicio da sua publicação que só nos restam especular e tentar desvendar o mistério.
->O último ato.
Uma semana antes do dia 23 de Abril de 1616, o já agora senhor William Shakespeare com 51 anos de idade, estava acompanhado do poeta e conterrâneo Michael Drayton; eles caminharam até chegar ao encontro de um velho amigo de Shakespeare, Bem Johnson que veio visitá-lo em Stratford.Ben Johnson teve a idéia de comemorar o reencontro na taverna mais próxima, chegando lá, os amigos bebem enormes canecas de cerveja preta (Stout).
Era muito tarde quando os três amigos completamente bêbados voltavam para casa.

Mais depois de uma semana, exatamente no dia 23 de Abril de 1616, (aniversário de 52 anos de Shakespeare) há exatamente 395 anos atrás, os céus abriam seus portais de luz para receber ao som de trombetas celestiais tocadas por anjos e arcanjos a alma de um iluminado senhor de 52 anos, mais o convite da morte o levou antes; mais assim como seus personagens parecia que o destino lhe reservava uma morte tranqüila cercado por sua mulher Anne e suas filhas Suzanne e Judith. A suposta causa da morte do bardo: um tumor facial ósseo.
Jamais o mundo irá desvendar o que haveria por trás da face de William Shakespeare ou das suas obras; mais eu como uma grande fã do bardo posso dizer que as verdades e sonhos que ele queria transporta para suas obras serão sempre lembradas e seus mistérios percorreram as gerações seguintes e é esse enigma que percorre cada palavra de suas obras e vida que levará seu legado a se tornarem imortais.*


NOTA DA AUTORA:
Desde pequena enquanto lia meus contos prediletos eu sempre ouvia falar de William Shakespeare mais o nosso encontro realmente só veio acontecer no momento certo!
A primeira vez que li um livro de Shakespeare, eu era uma jovem de 16 anos que estava em uma detenção; estava trancada uma tarde inteira em uma biblioteca do colégio arrumando as prateleiras, quando de repente aquele livro caiu direto em minhas mãos, o livro em questão era “Macbeth” eu confesso que no momento que li as primeiras linhas não era nada daquilo que gostaria de ler; mais parecia que o destino estava me dando aquela oportunidade de descobrir as verdades intercaladas dentro de mim mesma para que eu como ser humano evoluísse para a etapa adiante de minha vida. Depois que li o livro inteiro em questão de umas duas semanas e entende a mensagem subliminar que ele queria que eu entendesse pronto, pulei para etapa seguinte, me afundei na vida de Shakespeare e acreditem foi amor á primeira vista, descobri seus segredos de infância e seus dramas interiores e analisei suas obras uma por uma, fico sempre horrorizada quando leio artigos em revistas ou quando li o livro Seven Shakespeare (Sete Shakespeare) onde pessoas mal amadas afirmam que uma pessoa sozinha não poderia escrever todas aquelas peças formidáveis, e insinuam que haveriam sete pessoas que seriam Shakespeare; acho que o nome disso é INVEJA. As pessoas não se conformam com a idéia de que á 400 anos atrás existiu uma pessoa tão genial que seria aclamado depois de 595 anos depois de sua morte; INVEJOSOS são esses mortais.
Bom, eu continuei a ler várias de suas obras e me encantei por cada uma delas, me tornei uma grande fã desde homem formidável e iluminado que possibilita há cada ser humano se encontrar todos os dias com seus medos, angustias e paixões, mais que com suas 36 peças; dois livros de poemas e um de sonetos nos possibilita viajar para dentro de nós mesmo e nos melhora a cada dia para as várias etapas seguintes desta enorme e assustadora viagem psicodélica chamada: VIDA.

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