Tragédia: Em busca do Himmel.



“A morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos”.
                                                                                                    (Pablo Picasso)
Mas de um mês havia se passado desde a última conversa com seus pais por telefone e ela estava cansada de mais um dia se sentir triste e vazia em um emprego que só possibilitava ganhar muito dinheiro e status mais que depois da má noticia não trazia aquela magia e nem um tipo de felicidade interior.
Julie Himmel era uma bela e jovem mulher de 27 anos que sempre gostou de desafios, artes e liberdade, mais que depois de uma tragédia, algo lhe despertou para o pior lado interior que alguém poderia descobrir dentro de si. Ela olhava sua caixa de email e tentava incansavelmente encontrar uma resposta para sua vida que para outros era banhada por viagens internacionais e badaladas festas e tudo o que o dinheiro poderia comprar mais lá no fundo depois de tudo que há aconteceu não era isso que ela enxergava.
Julie se sentia uma casca vazia vagando no mundo lá fora e por muitos meses ela se perguntou por que o seu céu estava desmoronando embaixo dos seus pés e porque se sentia daquela maneira se antes ela era tão popular, alegre e descontraída e desde jovem havia trilhado uma estrada diferente dos seus amigos e irmão; uma estrada chamada: Sucesso.
O telefone toca.
Ela atende preguiçosamente e diz:- Alô!
A pessoa do outro lado fala:
- Senhorita Himmel aqui é da galeria de artes moderna, gostaríamos de saber se a senhorita confirma a sua presença hoje á noite na grande exposição de Hugo Lewison?
Julie responde: - Certamente, diga a ele que irei com prazer!
A voz do outro lado agradece a sua presença e desliga logo em seguida.
Julie se levanta da pequena estante onde estava seu notebook e segui até sua enorme cozinha onde abre a geladeira e pega uma garrafa de vinho, ela começa a tomar uma taça de vinho e caminha em direção a grande sala onde se senta perto da lareira e observa um quadro que havia ganhado de presente do seu amigo Hugo Lewison e fica imaginando como havia se passado vários meses desde seu último encontro com ele, mais lembrasse que as conversas com ele eram longas e profundas, ele realmente era um ótimo amigo.
Naquela noite na exposição de Hugo Lewison.
-Boa Noite senhorita Himmel! Fala a recepcionista na porta da galeria lhe dando um catálogo com as obras do pintor.
Julie Caminha até um quadro onde uma menina estava sentada tocando piano e com um olhar triste e profundo parece que salta da tela para sua frente, ela observa atentamente quando de repente uma voz exclama:
- Chamo este quadro de O olho que tudo vê.
Ela olha bruscamente para o seu lado e lá estava Hugo com um sorriso e uma taça de champanhe na mão e ela fala:
- Hugo suas pinturas realmente se superarão esta noite, você me deslumbrou com este quadro, gostei muito e irei ficar com este O Olho que tudo vê.
Ele sorriu e disse: - Como está Julie? Já faz alguns meses que você não me liga?
- Me desculpe estava muito ocupada esses meses com minha nova coleção, e há umas duas semanas atrás viajei para Milão, mais prometo que iremos recompensa isso com um jantar na minha casa!
Ele a observou e disse: - Certamente irei, assim teremos tempo para conversar como se deve.
Eles continuarão caminhando e conversando até chegar á frente de um quadro que lembrava uma das pinturas de Monet e ele exclama:
- Você sabia que Monet antes de ser pintor era caricaturista?
- Não sabia. Ela olhou mais interessada.
- Dizem que Boudin que virou seu professor o convenceu a pintar ao ar livre. Monet ficou tão entusiasmado por pintar fora do ateliê, que quando resolveu reproduzir a imagem de uma mulher num jardim, numa tela de 3 metros de altura, mandou cavar uma vala no meio do jardim para poder erguer ou baixar a tela com polias.
- E onde esta este quadro agora? Perguntou ela curiosa.
Ele responde:- Esta no Museu d’Orsay, em Paris.
O tempo naquela noite passou em um piscar de olhos.
No outro dia assim que Julie acordou estava com uma forte dor de cabeça e dessa maneira ficou a manhã inteira deitada quando sua empregada se aproxima e fala:
- Senhorita Himmel! Esta acordada?
Julie em tom de dor lhe pergunta: - O que foi?
- Senhorita está a sua espera o senhor Hugo Lewison!
Ela com muita dificuldade para se manter em pé fala:
- Diga a ele que me espere por alguns instantes irei trocar de roupa, sirva algo para ele beber.
- Sim Senhorita Himmel. Com licença!
A empregada sai.
Alguns minutos depois Julie desce as escadas e logo da de cara com Hugo com um copo de uísque nas mãos olhando para o quadro que ele havia dado a Julie de presente, ela sorri e com uma voz suave lhe diz:
- Me lembro muito bem quando você me deu este quadro, foi quando viajamos juntos para NY mais sinceramente não entende o motivo porque você me deu ele em especial?
Hugo virou-se até onde ela estava e lhe pegou a mão esquerda e beijou sua testa:
- Como vai Julie? Sua empregada me disse que estava doente o que aconteceu?
Ela sorriu serenamente e disse:
- Nada demais só uma enxaqueca daquelas. Você ainda não respondeu á minha pergunta?
-Quando as pessoas vão ao meu ateliê posso de alguma maneira ver um brilho interior que sai dos seus olhos, assim que olhei para você e vi o brilho que vinha do seu olhar quando você enxergou a verdadeira alma do quadro lhe dei de presente. Disse Hugo.
Julie Himmel deu um longo suspiro e disse:
- O que você acha de mim Hugo?
Ele á observou por um segundo e respondeu:
- Vejo uma mulher de caráter que não se abala com nada, rica, poderosa que pode ter tudo o que deseja ao seu redor, mais que não se esquece das estradas tortuosas que lhe trouxeram até aqui. Porque está perguntando isso, você já sabe que sou um grande admirador da sua personalidade e da sua amizade? Hugo á olhou sem compreender o que ela perguntava.
-Pergunto isso porque nessas últimas semanas eu descobri que nem sempre ser livre trás a tão desejada felicidade. Eu descobri que em uma década você pode nada transformar e que nem sempre esta em cima da montanha é sinal de poder ou divindade; eu descobri da pior forma que muitas vezes nada disso me fará feliz se tudo o que eu tiver for apenas pedaços de sonhos e migalhas de recordações. Disse Julie olhando pela janela seu enorme jardim.
Eles se sentaram em frente á lareira e começaram a conversar longamente.
Já era inicio de noite quando o telefone do apartamento de Aaron toca insistentemente:
-Alô! Disse ele.
- Alô Aaron! Aqui quem fala é Julie.
Ele com uma voz de incrédulo lhe pergunta:
- Oi Julie, como vai?
-Muito bem Obrigada; gostaria de saber se você... A voz dela titubeou por um momento.
-Gostaria de vim amanhã em minha casa para um jantar?
Aaron completamente em estado de choque lhe diz:
- Acho que posso ir.
A voz do outro lado da linha por um momento ficou em silêncio.
 Ele prosseguiu falando:- Julie?
Ela respondeu: - Sim, já sabe meu endereço?
- Sim sei.
- Então se puder vim serviremos o jantar às 19h00min.
Antes que ele pudesse agradecer o convite ela desliga.
Aaron ainda em estado de choque com o telefonema fala para si mesmo “O que será que aconteceu com Julie para me ligar depois de todos esses anos?”.
Era isso que Julie pensava enquanto desligava o telefone na cara de Aaron.
No dia seguinte faltando quatro horas para o jantar com Aaron ela estava novamente deitada com fortes dores de cabeça e como se estivesse delirando podia ver como em um filme em sua mente aquela cena do passado, ela respirou fundo e tentou dizer para si mesma
“É preciso esquecer o passado para viver o futuro”. E dormiu.
Tudo estava pronto para receber o ex- marido de Julie naquela noite, ela mandou sua empregada fazer o prato e a sobremesa predileta dele, e mandou comprar sua bebida predileta também, assim que soou 19h00min horas da noite e ele não havia chegado, ela fez uma cara de extrema tristeza subiu as escadas e foi diretamente para seu quarto.
Depois de uma hora a empregada chega até a porta do quarto de Julie e exclama:
- Senhorita Himmel! O senhor Aaron Shakespeare acabou de chegar e está a sua espera posso servir o jantar agora?
Ela deu um largo sorriu e disse:
- Pode. Diga a ele que já estou descendo e lhe sirva aquela bebida que lhe falei.
-Sim Senhorita, com licença.
Assim que descia as escadas seu coração parecia que ia saltar para fora do peito, ela sentia que uma força interior que fazia que ela flutuasse ao invés de caminhar e foi á primeira vez em muito tempo que se sentia curada de todos os seus males.
Quando olhou para sua sala lá estava Aaron com aquele estilo largado que a conquistou á anos atrás, olhando pela janela e segurando um copo onde continha sua bebida predileta e com um largo sorriso ela indaga:
- Boa noite!
Ele se vira vagarosamente a olhou e falou:- Boa Noite!
- Bom já que você chegou vou mandar servir o jantar! Disse ela.
Julie caminhou até seu lado e o observou por um instante quando ele disse:
- Acho que foi uma péssima idéia ter aceitado seu convite!
Ela baixou a cabeça e como se sentisse rejeitada falou:
-Não obriguei você a vim até aqui se acha que foi uma péssima idéia eu...
Ele interrompe falando:
- Na verdade eu fiquei extremamente surpreso com sua ligação, esperava um telefonema de qualquer um, menos da famosa; poderosa e consagrada estilista Julie Himmel.
Fiquei curioso para saber o queria comigo me convidando para um jantar em sua enorme mansão?
Ela suspirou e lhe perguntou:
- Poderosa Julie Himmel? Sou a mesma de sempre Aaron, a mesma que se casou com você á alguns anos atrás e que tinha vários sonhos e objetivos.
Ele com uma cara de ódio exclama:
- Sim. Você é a mesma, que me traiu com um modelo mais jovem e bonito, a mesma que não me dava nem um tipo de atenção e que sempre me julgava porque ainda não havia chegado aonde eu almejava; a mesma que matou nosso único filho.
Uma lágrima escorreu por sua face.
- Eu não matei o Bryan e você sabe disso, foi um acidente, porque não me perdoa e esquece isso de uma vez por todas? Disse Julie olhando seriamente para ele.
Ele se aproxima dela como se fosse lhe dar um abraço se esquiva e lhe fala:
- Depois de todos esses anos, só agora vem me convidar para querer dar uma de boazinha, pode acreditar que este jogo comigo não cola mais Julie, eu sei quem é você de verdade já conheço todas suas artimanhas, suas máscaras e faces ocultas, se acha que depois de tudo o que me fez irei te perdoa só porque tenta me comprar com um jantarzinho e com palavras de compreensão está redondamente enganada!
Ela tenta controlar-se e fala:
- Não estou comprando ninguém Aaron foi um acidente e você sabe que foi mais você me culpa porque te trai, e é isso que você não consegue perdoa não é?
- Escute aqui não quero saber de mais nada eu não sou nem um de seus empregados, que você pensa que pode comprar e paparicar com seu dinheiro e status. Comigo não Senhora Himmel!
- É uma pena que você seja tão rancoroso e que não queria aceitar a verdade! Diz Julie.
- Que verdade? Que você deixou seu filho morrer afogado quando estava em mais uma interminável reunião por telefone; você abandonava seu próprio filho porque queria subir na vida e sempre; sempre tinha um novo desafio, você estava descontrolada para subir na vida e conquistar status e visibilidade que esqueceu de tudo e todos. Só há uma verdade aqui senhorita Himmel, sinto pena de você porque não pode enxergar- lá. Disse ele se retirando da sala com um olhar de raiva.
- Aaron, por favor eu só...
Com lágrimas escorrendo pela face ela desmaia.
Ele ficou olhando aquela cena e fala:- Estou farto das suas encenações.
E segui até a porta de saída.
Quando a empregada começa a gritar desesperada assim que encontra Julie caída na sala, ela grita na direção de Aaron:
- Por favor, senhor ajude aqui! Não posso levantá-la sozinha.
Ele abre a porta e sai como se nada tivesse acontecido.
Na manhã seguinte assim que abre os olhos Julie estava em sua cama, á dor de cabeça parecia que estava mais forte do que antes e ela respirava com dificuldade assim que a imagem da briga com Aaron na noite anterior chega a sua mente ela pensa
 “Não há nada que eu possa fazer ele ainda me odeia”.
Hugo Lewison estava arrumando suas malas para uma nova viagem quando seu celular toca e na outra linha uma voz de extrema tristeza lhe pergunta:
- Oi Hugo!
- Olá Julie e então como foi o jantar com o Aaron?
- Será que pode vim até minha casa, preciso muito conversar com você?
- Querida tenho uma viagem marcada para daqui á uma hora.
- Certo.
Ela desliga.
 Antes de ligar para Hugo, Julie já havia ligado para seus pais e ninguém atendia,ligou para sua melhor amiga mais está estava em lua-de-mel no Caribe. Quando Julie desligou o telefone se sentiu perdida e sozinha, tudo ao seu redor era maravilhoso, luxuoso e lindo mais no seu interior ela se sentia a pessoa mais horrível e sozinha entre todas as pessoas da face da terra.
Pegou uma famosa revista de moda que estava ao lado da sua cama e viu sua foto na capa.
Por um momento ela ficou olhando seu rosto e se deu conta que muitas vezes nos enganamos com nos mesmos, ela ficou se perguntando o que havia de bom depois que se arriscou para chegar até ali; ela havia arriscado sua privacidade; seu filho, seu amor por Aaron e toda a liberdade que jamais encontraria em volta de ninguém. Viu que havia tomado a estrada errada, não sabia como iria reverter seus problemas, só sabia que ficar onde estava não lhe traria a cura nem há tão almejada felicidade interior.
A empregada chega ao lado da cama e exclama:
- Senhorita já esta na hora dos seus remédios!
Ela lhe entrega um copo d’água e um comprimido, Julie toma e lhe pergunta:
- Ontem á noite o que aconteceu Bernadete?
A empregada disse:
- Quando cheguei até a sala para lhe avisar que o jantar estava servido encontrei a senhorita desmaiada e o Senhor Aaron estava indo embora.
-Mais ele não ficou preocupado comigo? Perguntou Julie.
A empregada responde: - Não. Quando vi que a senhorita havia desmaiado lhe implorei que viesse me ajudar mais ele foi embora como se nada tivesse acontecido.
Julie pensou “Definitivamente ele me odeia mais do que eu imaginava”.
Depois de um tempo á campainha toca e a empregada seguiu até a porta para atender, quando olha exclama:
-Senhor Lewison! Que bom que está aqui!
- Onde ela está? Pergunta Hugo impaciente.
-No quarto.
Hugo sobe as escadas apressadamente e assim que chega ao quarto de Julie fica observando ela dormir, ele percebeu que ela estava mais pálida do que o habitual, seus lábios estavam roxos e pela primeira vez se deu conta de como Julie estava mais magra que o normal.
Ele se aproximou de sua cama e com cuidado para não fazer nem um barulho lhe da um beijo na testa, mais ela acorda em seguida e exclama:
- Meu amigo como é bom tiver aqui!
Ele sorri e fala:
- Cancelei meu vôo para ver você. Como você esta?
- Não precisava ter feito isso Hugo. Estou bem!
Eles passaram um bom tempo conversando e pela primeira vez Julie lhe revela seu segredo.
Quando se despediu de Julie e estava descendo as escadas Hugo foi até a cozinha e falou com Bernadete:
-Cuide dela Bernadete e qualquer coisa que acontecer com a senhorita Himmel me ligue, aqui está o número do meu celular. Ele lhe entrega um cartão com o número.
Hugo ia saindo da casa de Julie e pede ao motorista que siga imediatamente para o aeroporto já estava atrasado; mais ele pensa muito no segredo que Julie havia lhe contado, pega o celular e liga para o Jornal The Secret Post:
- Boa tarde!Diz a voz da atendente do outro lado da linha.
- Boa tarde, eu gostaria de falar com o colunista Aaron Shakespeare?
- O senhor Aaron não está no momento, ele está de férias.
- Férias? Será que poderia me dar o seu endereço? Sou um amigo dele de faculdade.
- Claro. Anote.
Hugo anotou rapidamente e mandou que o motorista seguisse até o apartamento de Aaron.
Assim que chegou a porta ele apertou três vezes a campainha e aguardou, Aaron era um homem muito bonito, tipo esbelto, com um olhar forte e marcante com um estilo de roqueiro urbano ele aparentava ter uns 30 anos e quando abriu a porta disse:
- Oi!
- Oi você é o colunista Aaron Shakespeare? Perguntou Hugo.
- Sim sou eu, o que deseja?
-Eu sou Hugo Lewison.
- Sim, sei quem você é.
-Será que posso entrar Senhor Shakespeare?
Aaron fez um sinal que sim com a cabeça e Hugo entrou.
- Aceita alguma coisa para beber? Perguntou Aaron.
- Não obrigada, o que vim lhe dizer é rápido.
Aaron com um olhar observado lhe diz:
- Sente-se, por favor!
Hugo se senta e lhe diz:
- Aaron, não vim aqui para fazer nem uma entrevista ou coisa do tipo, eu vim porque uma pessoa que amo muito está precisando de você, quer dizer do seu perdão.
Aaron o olhava e como se não entendesse lhe disse:
- Se eu escreve algo sobre esse alguém eu peço desculpas.
- Não é isso. É sobre Julie Himmel.
O olhar de Aaron muda de mal entendido para ódio absoluto:
- Não estou acreditando. Ela te mandou vim até aqui?
- Absolutamente não; ela não faz idéia que vim aqui e pelo que sei se ela soubesse não me perdoaria. Eu vim por minha vontade e o que vou te contar é algo terrível!
- Não quero saber! Qualquer coisa que envolva a senhora Himmel não faz parte do meu interesse! Disse Aaron interrompendo Hugo.
- Julie Himmel esta morrendo!
Aaron seguiu até a porta lentamente e fala:
- Saia da minha casa senhor Lewison.
- Ela esta morrendo; Julie tem câncer e só tem alguns meses de vida; você tem que conversar com ela e ouvir o que ela tem á te dizer!Disse Hugo quase gritando.
Aaron com uma cara de indiferença lhe diz:
- Eu não tenho nada haver com isso.
Hugo baixou a cabeça e saiu do apartamento de Aaron sem olhar para trás.
Ele pegou o vôo mais prometeu para si mesmo que jamais iria contar á Julie sobre a conversa com Aaron. E nesse momento Hugo pensou “jamais iria lhe abandonar”.
Um dia depois da conversa com Hugo Lewison, Aaron estava em seu apartamento bebendo uísque e tentando escrever seu livro, mais a imagem de Julie caindo desmaiada na sua frente ecoava na sua mente todas as vezes que ele tentava se concentrar; o som das palavras de Hugo parecia que gritavam em seus ouvidos. Ele pensou “Era por isso que depois de vários anos, ela me convidou para aquele jantar, ela está morrendo”.
Nesse mesmo dia ele seguiu até a casa de Julie Himmel e assim que apertou a campainha a empregada abre a porta e com um olha de choque fala:
- Olá senhor Aaron. Entre por favor!
-Olá! Disse ele. Ele entra e olha para as escadas.
- Aceita alguma coisa?
-Não obrigada. Gostaria de falar com a senhorita Himmel!
- Sinto muito senhor, ela não está!Disse a empregada olhando para ele.
- Então aonde ela está? Perguntou ele com uma voz grosseira.
- Ela viajou!
- Viajou para onde se estava entre a vida e a morte? Perguntou ele com raiva.
- Senhor eu não sei para onde, eu não faço idéia. Indagou a empregada com medo.
- Porque não diz a verdade? Sou jornalista e sinto o cheiro de mentira no ar. Disse ele.
- Senhor eu juro que não sei, quando eu acordei hoje de manhã e fui lhe da á medicação a senhorita Himmel não estava no quarto e reparei que havia pegado uma mala e algumas roupas. Estou com medo que alguma coisa aconteça á ela, porque ninguém sabe para onde ela foi; sem as medicações ela pode morrer. Disse Bernadete.
-Escute aqui eu espero que não seja mentira o que está falando. Você tem alguma idéia para onde ela poderia ter ido?
- Não senhor, eu juro que tudo que lhe disse é a mais pura verdade!
Ele deu as costas e saiu em silêncio.
Aaron pegou seu carro e foi direto a redação do Jornal The Secret Post chegando lá encontrou seu amigo e pesquisador Gregory Barker e disse:
- Quero que você faça uma busca em todos os aeroportos para mim.
- Quem devo procurar?
- Julie Himmel.
Depois de duas horas Gregory chega até a baia de Aaron e lhe diz:
- Não encontrei nada sobre Julie Himmel.
Aaron se perguntou “Para onde ela iria?”.
Ele ligou para Bernadete mais não havia nem uma nova noticia sobre Julie.
Aaron virou a noite procurando alguma pista ou paradeiro sobre Julie mais tudo foi em vão.
Ele estava cochilando sobre sua mesa quando o barulho do telefone o acordar:
- Alô!
- Oi amor onde está?
- Oi Bianca, estou no trabalho.
- Só liguei para dizer que estava morrendo de saudades e que irei cobrir uma manchete especial hoje, só chegarei ai amanhã esta bem?
- Certo.
- Te amo, até amanhã!
Ela desligou.
Hugo estava no saguão do Hotel Château Frontenac, em Quebec, trancando sua conta quando o seu celular toca:
- Alô!
- Senhor Hugo aqui é Bernadete a empregada da senhorita Himmel. Graças a Deus que estou falando com o senhor!
- Olá Bernadete, fique calma e me diga como Julie está?
- Senhor Hugo não sei como dizer isso mais ela sumiu!
- Como assim ela sumiu?Perguntou Hugo nervoso.
- Ela sumiu da casa senhor e o pior não disse para onde ia, estou preocupada senhor, muito preocupada ela não levou nem um de seus remédios e se acontecer algo com ela?
- Me escute Bernadete estarei saindo aqui do Canadá assim que o seminário acabar irei pegar o primeiro vôo para chegar ai o mais rápido possível e eu prometo que irei encontrar a Julie. Agora me faça um favor sim?HHHHhHhhhh
- O que o senhor quiser!
- Se alguém da imprensa for atrás dela diga que ela viajou e que tudo esta bem me ouviu?
Em hipótese alguma deve dizer a alguém que ela está doente. E se ela ligar diga que me ligue imediatamente me ouviu Bernadete?
- Sim senhor eu aviso. Pode deixar eu sei me virar com a imprensa. Disse ela.
- Certo até logo.
Ele desligou.
Hugo ficou extremamente preocupado com á noticia do desaparecimento de Julie, ele tinha acabado de chegar ao CENTRE DES CONGRES de Quebec, no René Boulevard, era um edifício de aço e vidro, com quatro andares e capacidade para receber milhares de participantes numa só convenção. Ele estava ali para um seminário, com os maiores pintores da cena Impressionista e surrealista da atualidade.
No escritório de Aaron no The Secret Post, os colegas da impressa chegaram para cumprimentá-lo:
- Aaron parabéns pelo noivado com Bianca. Pena que ela viajou se não poderia comemorar.
- Obrigada. Dão-me licença, por favor! Estou numa pesquisa muito importante.
Ele estava á 24 horas sem dormir pesquisando o destino da sua ex- mulher que estava com câncer e que pela conversa que teve naquele dia com seu médico particular, ela só teria mais alguns meses de vida e aquilo estava o atormentando. Ele pensou “Acho que ela pode estar com aquele tal de Hugo Lewison por que não pensei nisso antes.” Ele chama Gregory com presa e lhe pede:
- Pesquise sobre Hugo Lewison.
- Certo. Disse Gregory.
Depois de 20 minutos Gregory volta com um papel nas mãos e diz a Aaron:
- Ele está no Canadá em um congresso, mais tem uma passagem de avião para esta tarde no seu nome.
- Ótimo. Agora me faça o favor de descobrir o número do seu ateliê aqui? Disse Aaron.
- Aqui está o número, eu sabia que você iria me pedir!
- Obrigada Gregory.
No mesmo instante que pega o número do ateliê Aaron fala com uma simpática recepcionista e lhe pergunta:
- Oi é do ateliê do Hugo Lewison?
- Sim senhor. No que posso ajudá-lo?
- Querida queria muito falar com ele, mais sei que ele está em um congresso no Canadá...
- Sim, e só chegará hoje á noite se o vôo não se atrasar.
- Então você poderia me dar o número do seu celular?
- Bom ele não gosta que dêem para qualquer um seu número...
-Entendo. Sou namorado da senhorita Himmel uma velha e intima amiga dele.
- Senhor porque não disse logo, senhorita Himmel adorável pessoa...
Logo em seguida ela manda que ele anote o número.
 “A recepcionista caiu diretinho” pensou Aaron.
Assim que saia do congresso o telefone de Hugo toca insistentemente ele atende:
- Alô!
- Hugo não desligue, aqui é Aaron Shakespeare.
- Porque está me ligando?
- Você já sabe que Julie desapareceu? Onde ela está? Disse Aaron.
- Soube sim, e é obvio que eu não sei, isso tudo é culpa sua senhor Shakespeare.
- Me diga a verdade Hugo?
- Estou lhe dizendo que não sei e mesmo que soubesse acho que como você mesmo disse não tem nada haver com isso não é?
Hugo desliga na cara de Aaron.
Depois que passou horas pesquisando o paradeiro de Julie Himmel, Aaron seguiu até seu apartamento, tomou um banho e tentou comer alguma coisa, já era tarde, assim que deitou na cama dormiu profundamente, no outro dia bem cedo é acordado com alguém batendo na porta.
- Já estou indo. Disse ele se levantando da cama.
Assim que abre a porta da de cara com Bianca que começa a beijá-lo e abraçá-lo afetuosamente ele corresponde mais seus pensamentos estão definitivamente em outra dimensão.
Bianca estava na cozinha vestida com um blusão de Aaron tentando fazer um sanduiche quando ele se aproxima e fica á observando, ele pergunta:
- Lembrasse-se de Julie Himmel?
- A vi uma vez em uma importante revista de moda, por quê? Disse Bianca cortando alface.
Ele ficou em silêncio.
Ela levantou o olhar para ele e quando se deu conta ele estava fumando um de seus cigarros e ela pergunta:
-Aaron você vivi me pedindo para que eu pare de fumar e porque esta fumando?
Ele deu um longo e demorado trago e lhe explica:
- Julie Himmel é a minha ex-mulher!
Ela com uma cara de surpresa fala:
-Porque nunca me disse isso?
-Porque para mim é um passado que gostaria de apagar da minha vida. Mas eu lhe contei toda historia desse tumultuado e doloroso casamento, só nunca havia lhe dito o nome dela, por isso eu jamais mentir para você certo? Disse Aaron.
- Bom isso é verdade, mais porque só agora esta me contando?Perguntou Bianca.
-Quando você estava fora, Julie ligou me convidando para um jantar e eu aceitei.
Ela deu uma enorme mordida no sanduiche e depois que engoliu a seco lhe perguntou:
- O que aconteceu? Você e ela não?
- Não fizemos nada disso que você esta pensando. Eu fui porque estava curioso para saber o que ela queria comigo mais me arrepende assim que cheguei lá. Disse Aaron.
- Se arrependeu por quê?
- Tivemos uma discussão e ela desmaiou. Eu pensei que era alguma encenação e fui embora mais me enganei. Ela desapareceu Bianca. Disse ele olhando para baixo.
- Bom se ela desapareceu não é problema seu Aaron. Vou me trocar para irmos naquele restaurante que você gosta está bem? Disse ela indiferente.
- Ela está com câncer e só tem alguns meses de vida! Disse ele apagando o cigarro.
Ela ficou atônita e lhe disse: - Uma mulher tão bonita e poderosa como ela tem os melhores médicos cuidando do seu caso, não devemos nos preocupar querido ela ficará bem!
Ele tentando não chora lhe disse:
- Nesse momento o que a beleza ou o dinheiro pode fazer para salvá-la?
Ela se aproximou dele e lhe deu um abraço dizendo:
- Nada. Mais depois de tudo que ela te fez será que não está na hora de você...
Antes que ela pudesse completar a frase ele lhe beija.
Já era noite quando Hugo Lewison desembarcou, ele vinha com um olhar apreensivo e distante, assim que pega as malas foi direto para á saída e entra no primeiro táxi que vê.
Ele segue diretamente para a casa de Julie Himmel. Assim que atende a porta Bernadete da um largo sorriso e fala:
- Senhor Lewison graças a Deus que o senhor chegou!
Ela lhe conta as últimas novidades, ele atento ao que ela dizia ficou mais apreensivo.
Naquela mesma noite Aaron chega ao trabalho e pede que Gregory pesquise algo:
- Quero que você tente localizar o número do cartão de credito de Julie Himmel.
Sei que você pode fazer isso Gregory, você é o melhor hacker que eu conheço.
Gregory depois de uma hora chega com um bloco de anotações nas mãos e fala:
- Encontrei, Julie se hospedou em uma pousada no Alasca. E sua última compra foi em uma loja de bebidas e cigarros, parece que ela está fumando como uma chaminé humana.
Aaron respirou aliviado e disse para si mesmo “Irei te buscar Julie”.
Ele pegou o primeiro vôo para o Alasca. Hospedou-se na Pousada Do Cais Do Porto no centro de Juneau era a mesma pousada que Gregory disse que Julie estava hospedada e perguntou ao recepcionista assim que já estava estalado em seu quarto:
- Tem alguma Sra. Himmel hospedada nesta Pousada?
- Não Senhor. Tenho certeza que não.
- Bom eu sou repórter e fiquei de entrevista uma mulher aqui hoje ela me disse que se hospedaria com o nome de Himmel.
- Não. Não há nenhuma Sra. Himmel posso garantir!
Aaron coloca a mão no bolso do casaco e tira sua carteira quando retira de dentro uma foto de Julie e mostra para o recepcionista.
- Sim essa senhorita é a que está hospedada no quarto 503. Disse o recepcionista.
Ele deu um sorriso de alivio e fala:
- Ótimo, sabe me dizer se ela esta nesse momento lá?
-Não. A senhorita Julie Depp passa o dia inteiro fora, só volta para dormir.
Aaron pensou “Muito esperta Julie, usando nome falso mais eu te encontrei”.
Ele então decidiu da uma volta para ver se á encontrava, Juneau a primeira vista parecia uma cidade grande, mas as ruas estreitas e sinuosas davam á capital do Alasca á atmosfera de uma cidade pequena aninhada no meio de uma imensidão florestal do período glacial.
Fazia muito frio naquela tarde em Juneau, deste modo Aaron seguiu diretamente para a pousada e assim que encontrou o recepcionista lhe deu uma boa gorjeta dizendo:
- Poderia me fazer um favor? Mostrando uma nota de 50 dólares para o recepcionista.
O Recepcionista se virá para ele e exclama:
- Claro senhor! Pegando a nota de 50 dólares.
- Quando a Senhorita do quarto 503 chegar ligue imediatamente para o meu quarto sim?
-Não se preocupe. Aviso imediatamente.
Aaron seguiu até seu quarto e deitou na sua cama, ele perdeu completamente a noção de tempo a sua volta e dormiu. Mais foi acordado algum tempo depois quando o telefone que estava em seu criado-mudo tocava insistentemente:
- Alô! Fala Aaron com uma voz de sono.
- Senhor desculpe incomodá-lo mais a senhorita do quarto 503 acaba de chegar!
- Obrigada!
Aaron pega o elevador até o quarto 503. Bate inúmeras vezes na porta mais ninguém abre.
Nesse momento uma camareira vem passando e ele fala:
- Senhora quer ganhar 50 dólares?
Ela fala faz um sinal de positivo com a cabeça.
- Por acaso tem a chave desse quarto?
A camareira com um olhar desaprovador indaga:
- Não posso fazer isso.
- É a minha namorada que está ai, nos brigamos e ela não quer me deixar entrar.
 Por Favor, pode me ajudar? Disse Aaron com um olhar de tristeza e colocando a nota de 50 dólares nas mãos da camareira.
A camareira pega uma chave mestra que estava em seu bolso e abre a porta.
Aaron espera que a camareira se afaste, ele pega na maçaneta e abre a porta assim que olha para dentro do quarto vê Julie desmaiada perto da cama, ele corre e assim que a pega nos braços começa a abraçá-la e diz perto do seu ouvido:
- Julie responda Julie. Ele balança o corpo dela freneticamente.
Ela com a respiração alterada lhe fala aos suspiros:
-Aaron porque esta aqui?
- Vim atrás de você, meu Deus porque fez isso Julie!
Ela o fitou e com os olhos fechando levemente exclama:
-Estou morrendo Aaron. Perdoe-me!
Ele começou a tremer abraçado ao corpo dela.
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Kimberlly Hamlet caminhava apressadamente e por um segundo quase se perdeu no enorme saguão do hotel Hilton, chegando à recepção pergunta com gentileza:
- Bom dia sou Kimberlly Hamlet, vim entrevista o senhor Hilton!
- Bom dia senhorita, sim ele está a sua espera no escritório dele. Vou lhe mandar um dos carregadores lhe acompanhar para que não se perca. Disse a recepcionista com sarcasmo.
Ela se encaminhou até o escritório do senhor Hilton e muito nervosa não sabia muito bem o que perguntar, ficava pensando que precisava daquele emprego mais do que qualquer um naquele momento. Ela se aproxima e bate cautelosamente na porta e respira, quando uma voz que vem de dentro exclama:
- Pode entrar!
Ela abre a porta e caminha até chegar á frente da mesa onde o senhor Hilton estava assinando alguns papéis e ela diz:
- Bom dia senhor Hilton! Sou Kimberlly Hamlet da Revista Freedom.
Ele levantou o olhar e disse:- Sentisse senhorita, está atrasada não?
Ela se senta e com um olhar apavorado lhe diz:
- Sinto muito peguei um trânsito infernal. Então podemos começar a entrevista?
- Podemos.
Ela passou 40 minutos entrevistando o senhor Hilton quando todas as suas perguntas haviam acabado lhe agradeceu e saiu do escritório mais confiante.
Assim que chegou a redação da revista Freedom uma de suas colegas de trabalho, se aproxima e lhe mostra a primeira página do Jornal The Secret Post que dizia o seguinte:

O mundo da moda está vestido de negro está manhã, ontem no inicio da noite em Juneau, no Alasca, uma das mais belas e consagradas estilista da atualidade nós deixou.
Julie Himmel morreu aos 27 anos, depois de uma overdose de heroína. Ela estava hospedada na Pousada Cais do Porto no centro da capital do Alasca quando foi encontrada morta por uma camareira em seu quarto. Julie Himmel era mundialmente famosa por seus conceitos de moda visionários e seus desfiles que sempre estampavam revistas e editorias de moda mundo á fora, além do mais, ela sempre promovia leilões com suas próprias coleções e artigos de moda para ajudar ONGs humanitárias. Seu enterro será hoje as 05h00min horas da tarde mais será privado para amigos e parentes no cemitério Descanso Eterno. Nosso jornal manda sinceros pêsames e condolências a parentes e amigos de Julie Himmel uma forte e extrema personalidade do cenário fashionista que se vai mais cedo. Dedicamos esta edição do jornal em sua memória e veremos na pag. 5 uma entrevista exclusiva que ela nos concedeu no inicio de sua carreira.
Aaron Shakespeare
Colunista do The Secret Post
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Kimberlly leu com uma atenção surpreendente que nem se da conta do que a colega disse depois, ela ficou em estado de choque e lhe fala:
- Julie Himmel morreu não estou acreditando! Ela passou a tarde inteira pensando nisso.
Nesta mesma tarde de 05h00min o corpo de Julie Himmel era enterrado, Aaron Shakespeare estava no velório mais estava longe demais para que as pessoas o reconhecessem.
No outro dia bem cedo assim que Kimberlly acordou teve uma grande idéia “Irei escrever uma Biografia sobre Julie Himmel, uma biografia que seja tão real que pareça que estive nos mesmos lugares que ela, será a minha forma de homenagear ela por tudo o que ela fez de bom”.
Chegando à redação da Revista Freedom, Kimberlly é chamada imediatamente até a sala da editora-chefe, assim que chega à sala ela fica pensando “Meu Deus não posso perder esse emprego tenho que mostrar aos meus pais que sou responsável e que sou capaz de não me meter em encrencas, essa é minha última chance”, ela sorri quando vê a editora e fala:
- Bom dia Senhora Booster!
- Bom dia Kimberlly. Acho que já sabe por que eu te chamei não?
Kimberlly com uma pontada no coração indaga:
- Fiz algo errado?
- Absolutamente não querida, queria lhe parabenizar pela entrevista com o senhor Hilton! Fiquei muito feliz por seu desempenho e postura como uma jovem repórter, ele mesmo me ligou e comentou que você tem um grande futuro pela frente como repórter.
- Obrigada, muito Obrigada. Ela respirou aliviada.
Quando já ia saindo da sala ela olhou bruscamente para senhorita Booster e lhe pergunta:
-Senhorita posso lhe fazer uma pergunta?
- Pode querida! Disse Booster.
- Acharia muita pretensão da minha parte querer escrever uma biografia sobre Julie Himmel?
Senhora Booster a olhou cautelosamente e lhe falou:
- Julie Himmel foi uma pena sua morte ela era tão talentosa, jovem e famosa. Bom se quer saber a verdade, você tem 19 anos e é a mais jovem repórter da nossa revista mais tem algo diferente, se acha que é capaz lhe dou todo o apoio, mais vou logo avisando biografias requerem tempo e determinação, você tem que ser uma atriz e interpretar a vida da pessoa como uma grande novela da vida real. E jamais, jamais mentir sobre algo que não aconteceu ou aumentar os fatos de uma fofoca. Se quiser posso lhe ajudar querida!
Kimberlly ouviu atentamente o que a senhorita Booster lhe dizia e ela disse:
- Fico feliz por sua ajuda senhora, realmente eu não sei por onde começar, a única coisa que tenho certeza absoluta é que Julie Himmel merece uma biografia que seja digna da sua grandiosidade tanto no mundo da moda como no seu interior.
- Fico feliz que esteja olhando dessa forma a biografia, querida aqui está o endereço de um rapaz que é um verdadeiro pesquisador ele pode te ajudar a encontrar tudo o que você precisa. Seu nome é Gregory Barker ele trabalha no Jornal The Secret Post. Senhora Booster fala isso entregando um cartão para Kimberlly.
Kimberlly agradece á senhora Booster e sai da sala com uma nova áurea interior.
Como estava muito ocupada com diversas entrevistas Kimberlly só pode falar com Gregory depois de seis meses da morte de Julie Himmel, mais assim que ela ligou para a sua casa ele atendeu e marcaram de se encontrar em um restaurante.
- Oi sou Kimberlly Hamlet, desculpe pelo atraso! Disse Kimberlly sorrindo.
- Prazer Kimberlly sou Gregory Barker!
- Bom acho que você já tem uma idéia porque estamos aqui?
Ele a observa e fala: - Antes que me pergunte alguma coisa, eu me atrevi a pedir o almoço, espero que você goste de comida japonesa?
- Que bom estou morrendo de fome mesmo, sim adoro obrigada! Disse ela.
-Kimberlly então me fale sobre você, o que te trouxe para esse maravilhoso emprego de repórter? Perguntou Gregory tomando refrigerante.
- Sou uma pessoa que sempre corre atrás de desafios e desde sempre á área de jornalismo me interessou muito, acho que é a parte investigativa que me chama mais a atenção.
Ele sorriu e complementou dizendo:
- Você tem 19 anos e se formou ano passado, você foi colunista na parte de moda em um jornalzinho do colegial chamado Mundo Jovem, ganhou vários prêmios ao longo da sua formação acadêmica e saiu de uma pequena cidade com três mil habitantes para agora brilha em nossa enorme metrópole na revista FREEDOM uma das revistas de entretenimento mais respeitadas e comentada na mídia atual!
-Ótimo. Agora sei que você é realmente um excelente pesquisador! Sorrisos.
Eles conversaram por cerca de uma hora. Assim que se despediram Gregory fala para ela:
- Kimberlly não se preocupe, vou pesquisar tudo sobre Julie Himmel e te mando por Email!
Eles se despediram e cada um seguiu seu caminho.
Já havia se passado um mês desde o encontro com Gregory Barker e Kimberlly já tinha os endereços dos pais de Julie Himmel, ela pediu férias para sua editora-chefe e dessa forma ela viajou para sua primeira pesquisa. Assim que desembarcou na cidade natal de Julie Himmel sua primeira intuição foi de caminhar por onde Julie caminhou e tentar enxergar o que ela via. Há noite Kimberlly foi até a casa dos pais de Julie e se apresentou:
- Boa noite eu sou Kimberlly Hamlet, sou repórter da revista FREEDOM!
- Boa noite querida entre está muito frio ai fora! Disse Alice mãe de Julie Himmel.
Kimberlly entrou na casa e ficou observando algumas fotos que estavam em cima de uma lareira, ela perguntou:
- Senhora Himmel eu agradeço sua hospitalidade, eu falei hoje à tarde com a senhora no telefone e lhe expliquei qual o motivo da minha visita aqui em sua casa. Espero que a senhora não se incomode se eu lhe fizer algumas perguntas sobre sua filha?
- Querida de maneira nenhuma, você é tão bonita pessoalmente se parece um pouco com minha Julie, mais o que é isso eu que me sinto feliz por alguém querer escrever sobre ela; mesmo depois daquela tragédia.
- Podemos começar a entrevista então? Ela pega de sua bolsa um gravador e nas mãos tem um bloco com algumas perguntas rabiscadas.
- Sim podemos. Sente-se querida! Disse Alice.
Kimberlly se senta perto da senhora Alice Himmel liga seu gravador, lê a primeira pergunta escrita em seu bloco de anotações e fala:
- Me conte o inicio de tudo desde o nascimento até a adolescência de Julie?
Por mais de 3 horas Kimberlly naquela noite falou sobre Julie Himmel com sua mãe Alice, e quando se aproximava da meia-noite ela decidiu ir embora, se despediu da senhorita Himmel e quando chegou até o hotel onde estava hospedada se sentiu mais perto da lenda Julie Himmel.
Kimberlly passou uma semana na cidade natal onde Julie morou até os 18 anos, ela conversou e entrevistou diversas pessoas que tinham amizade ou algum parentesco com Julie, ela visitou colégios, igrejas, clubes e lugares onde Julie gostava de visitar e se isolar enquanto morava na cidade. Em sua última noite na cidade Kimberlly caminhou em vez de pegar um taxi até chegar à casa dos Himmel, bateu na porta mais ninguém atendeu, ela decidiu escrever e deixar na porta um cartão para a simpática senhora Alice, quando estava escrevendo se aproxima um belo homem que aparentava ter 30 anos, com um belo cabelo cacheado louro e com um sorriso simpático e assim que lhe vê fala:
- Boa Noite senhorita!
-Boa Noite! Ela continua escrevendo o cartão.
- Pelo jeito o senhor e a senhora Himmel Viajaram!
- Sim acho que sim.
- Se quiser posso dar o recado que está escrevendo? Disse o homem olhando encantado.
- Oh, não é apenas um cartão de agradecimento para a Alice. Mas obrigada!
- Só queria ajudar. Prazer meu nome é Julian Himmel.
Ela parou de escrever e olhou longamente para ele dizendo:
- Desculpe que mal educada sou. Prazer sou Kimberlly Hamlet e estou escrevendo uma biografia sobre sua irmã Julie. Ela sorriu.
- Minha mãe havia comentado sobre você mais não me disse que era tão bonita, pensei que já estive fora da cidade.
- Bom eu ia hoje mais meu vôo foi cancelado para amanhã bem cedo, e então se não estiver ocupado posso te entrevista vai ser rápido, três perguntas eu prometo?
Ele abriu a porta da casa e á convidou para entrar, ela aceitou no mesmo instante; e assim que entrou ele á convida para se sentar, quando ela se senta pega de imediato seu gravador e lhe fala:
- Como era Julie e você, se davam bem?
Ele caminhou até o frigobar e pegou uma cerveja abriu e disse:
- Você quer cerveja? Ou quer algo mais forte?
- Não obrigada estou bem!
Ele bebeu de um só gole toda a cerveja se aproximou dela e pegou na sua mão dizendo:
- Sabia que é muito bonita para uma repórter senhorita Hamlet? Disse isso quase a beijando.
Ela se levantou rapidamente e repetiu a pergunta:
- Você e Julie se davam bem?
Ele se levantou chegou até perto dela e disse olhando para a janela:
- Julie sempre foi uma pessoa incompreendida pelas pessoas dessa cidade e eu sendo seu irmão mais velho sempre quis protegê-la mais para ser sincero eu e ela tínhamos uma amizade distante, entenda eu amava minha irmã mais eu me mantinha distante.
Ela olhou profundamente para ele e disse:
- Quando você diz que ela era mal compreendida a que se refere Julian?
Ele virou-se e olhando para ela disse:
-Ela era uma artista e era diferente de todos nós, desde pequena sempre gostou do novo e do irreal então algumas pessoas não entendiam muito bem seu estilo de roupa ou suas conversas, mais quem a conhecia profundamente se apaixonava de imediato.
Quando ele disse isso Kimberlly ficou pensando e como se estivesse em outra estação sentiu ele lhe beijando e ela correspondeu mais quando voltou para sua realidade ela lhe empurrou e disse:
- Não faça isso de novo!
- Por quê? Eu sei que você gostou tanto quanto eu Kimberlly.
- Não eu não gostei, estou indo embora. Disse isso colocando o gravador na bolsa.
- Não que besteira, fique, por favor, você me disse que tinha três perguntas, e até agora só me perguntou duas. Ele disse isso com um sorriso de sarcasmo.
Ela pensou por um momento e retirou o gravador da bolsa e disse:
- Certo a última pergunta. Qual o motivo que ela teria para morrer em uma pousada no Alasca, com overdose de heroína?
- Senhorita Hamlet, boa pergunta eu mesmo gostaria de saber isso.
- Quer dizer que você não tem nem uma idéia?
- Honestamente não, ela não era usuária de drogas, e pelo que conhecia da minha irmã ela estava muito mudada depois de algumas tragédias que aconteceram em sua vida.
- Que tipo de tragédias? Perguntou ela curiosa.
- Quando o filho dela morreu entrou em uma longa depressão só consigo recordar disso no momento. Disse ele se levantando até pegar outra cerveja no frigobar.
Ela com uma cara de espanto disse:
- Julie teve um filho?
- Teve um lindo garoto chamado Bryan, ele morreu afogado em uma piscina.
Pensei que minha mãe tivesse lhe dito? Disse Julian.
-Eu não sabia, ela nunca me disse isso.
Julian Disse:- Pois para uma repórter está muito longe de saber a verdade sobre Julie.
- Então porque você não me ajuda a contar a verdadeira história sobre Julie Himmel? Disse ela.
Julian bebeu mais uma cerveja e olhou para ela falando:
- O que quer saber que ainda não sabe?
Ela respirou e colocou mais perto dele o gravador e perguntou:
- Me conte algumas coisas que só você como irmão pode me contar?
- Certo. Julie tinha saído da cidade quando tinha 18 anos para fazer faculdade de moda que sempre foi o seu sonho, ela tinha um namorado aqui na cidade chamado Paul Louis, no inicio quando ela foi mora fora, vinha sempre, na verdade todos os finais de semana nos visitava e é claro o Paul também, mais depois de alguns meses, ela apenas ligava e não aparecia. Minha mãe me pediu que eu fosse lhe visitar para saber qual o problema e quando cheguei ao apartamento que ela morava com mais duas amigas, elas me contaram que na última visita que Julie fez a cidade, Paul estava traindo ela com uma líder de torcida e por isso ela não queria mais nos visitar. Acho que para Julie aquilo foi uma tragédia. Mais por incrível que pareça ela superou a traição se casando com um rapaz que realmente era diferente de Paul.
-Julie se casou? Qual o nome do marido? Perguntou ela bestificada.
- Ela se casou grávida de Bryan, o nome dele era Aaron, eu não sei seu sobrenome. Só sei que ela o amava muito, porque depois que ele a abandonou ela jamais se casou novamente.
- Meu Deus isso é fantástico. Ninguém no meio da moda sabia que ela era casada e que teve um filho, ela era muito reservada e jamais falava sobre sua vida particular ou do passado, sua irmã poderia ganhar um Oscar de melhor atriz sabia? Disse Kimberlly sorrindo de êxtase.
- Isso ela fazia muito bem.
- Me escute eu tenho que saber onde esse Aaron está?
- Eu não sei. Depois que se separaram nunca mais o vi, ele não tinha muita afinidade com nossa família. Disse Julian.
- O que pode me contar sobre o relacionamento deles?
- Como te falei ela se magoou muito com a traição de Paul mais depois de alguns meses sem nos visitar ela ligou para minha mãe muito feliz dizendo que estava grávida e que ia morar junto com um homem maravilhoso que há fazia muito feliz.
- Você o conheceu não foi? Conte-me sobre o tempo que ficaram juntos e como foi que acabou?
- Eu o vi algumas vezes, ele era reservado assim como Julie e tinha uma personalidade muito forte, pelo jeito dele não demonstrava que gostava dela mais era muito atencioso com o filho e carinhoso acima de tudo. Quando acabou o casamento dos dois eu estava viajando e assim que cheguei a casa vi Julie chorando sozinha deitada em seu quarto, ela não queria sair estava meio que em depressão, mais o telefone não parava de tocar porque como você sabe minha irmãzinha estava começando a abrir sua própria grife em NY. Depois disso ela voltou para sua rotina e acho que jamais esqueceu ele mais começou a viver ou aprender a viver sem o filho e sem o marido.
- Quer dizer que depois que o filho morreu ele a abandonou? Disse ela.
- Seria muito covarde da minha parte confirmar isso, mais acho que sim, porque depois de quatro meses que Bryan morreu ele a deixou.
- Bryan morreu me conte como aconteceu?
- Fazia só uma semana que Aaron e Julie tinham se mudado para uma casa nova, porque ela agora estava começando a deslanchar no meio da moda e ele estava tentando arrumar um emprego, então quando Julie estava sozinha em casa conversando por telefone, Bryan estava no jardim mais quando ela havia acabado a conversar e o procurou, ele estava dentro da piscina se debatendo, ela pulou dentro da piscina mais não deu mais tempo para salvá-lo, ele morreu só tinha quatro anos de idade e minha irmã era apenas uma mulher de 22.
- Você acha que Aaron a culpou pela morte de Bryan e por isso acabou o casamento?
- Tenho certeza que sim. Disse Julian olhando para ela.
Kimberlly olhou para o relógio e já era 01h00min da madrugada e disse para Julian:
- Tenho que ir. Está bastante tarde!
- Realmente está tarde para você andar por ai sozinha, não quer dormir aqui?
- Não obrigada. Tenho que arrumar minha mala. Como lhe disse estou indo embora.
- Está com medo de mim Kim? Julian sorriu.
- Não gosto que me chamem de Kim. Não é claro que não.
- Então durma no quarto que era de Julie e eu durmo no meu quarto que é ao lado.
Se sentir medo ou solidão já sabe onde me encontrar querida!
- Qual sua idade? Disse ela olhando para ele.
- Fiz 30 anos, semana passada. Por quê?
- Parabéns. Eu tenho 19. Curiosidade de repórter.
Ela pega sua bolsa guarda o gravador dentro e se encaminha até a porta. Julian sem entender lhe diz:
- Por favor, porque não fica? Esta perigoso lá fora Kimberlly.  Fala isso agarrando o braço dela.
- Porque não solta meu braço Julian? Diz ela com uma voz autoritária.
- Porque ainda não me pediu, por favor!
- Por favor, será que pode soltar meu braço? Disse ela com raiva.
Ele solta, e ela segue caminhando até chegar a uma avenida, não passava nem uma alma viva e ela como se sentisse o medo a dominar por completo pensou “O Hotel fica longe daqui que merda, vou ter que voltar e aceita dormir na casa do lobo”.
Depois de 3 minutos caminhando de volta para a casa dos Himmel ela chega à porta, toma coragem e bate, depois de dois minutos Julian aparece na porta com um sorriso de sarcasmo e lhe diz:
- Ora já mudou de idéia senhorita Hamlet?
- Não tinha nem um taxi passando e eu resolvi aceitar sua hospitalidade.
Ele abre a porta e lhe fala:
- Entre está congelando não? Aceita chocolate quente já que não pode beber.
- Quem disse que não posso beber? Ela sorriu em sua direção.
Eles caminharam até o frigobar e começaram a se servir ela tomava uísque e ele continuava na cerveja, quando ela tomou quatro copos ele a perguntou:
- Kim?
- O que foi?
- Nada só queria saber se você já estava bêbada. Sorrisos.
No dia seguinte Kimberlly foi acordada com a claridade do sol batendo nas cortinas, ela se deu conta que estava vestida com uma camiseta de uma banda de rock, num quarto futurista com alguns quadros na parede e com prateleiras onde tinham vários livros de filósofos renomados as paredes do quarto eram pintadas de roxo e na porta do quarto havia pôsteres de bandas de rock da década de 80, perto da janela tinha uma escrivaninha com miniaturas de bonecas vestidas com vestidos de várias formas e tamanhos diferentes, ela caminhou até uma das prateleiras e pegou um livro muito parecido com um diário, quando estava abrindo caiu uma folha escrita a mão que dizia o seguinte:
Para: A.S
“Seja você quem for
agora segurando minha mão,
sem uma coisa há de ser tudo inútil
-é um leal aviso o que lhe dou
antes que continue a me tentar:
não sou aquele que você imagina,
mas muito diferente.
Quem é que gostaria
de vir a ser um seguidor meu?
Quem é que gostaria de lançar
sua candidatura ao meu afeto?
O caminho é suspeito,
o resultado é incerto, destrutivo talvez;
teriam que abrir mão de tudo mais
tendo eu pretensão
de ser seu padrão único e exclusivo;
sua iniciação haveria de ser ainda assim
extensa e fatigante,
toda a teoria da sua vida passada
e toda a conformidade com as vidas ao redor
precisariam ser abandonadas;
por isso deixe-me agora
antes de perturbar-se ainda mais,
deixe cair a mão do meu ombro,
coloque-me de lado e siga seu caminho.
                                                                Walt Whitman (Leaves Of Grass)
Kimberlly lia a última frase quando foi surpreendida por batidas na porta, ela dobrou a folha e colocou novamente dentro do diário, caminhou e abriu a porta quando deu de cara com Julian sem blusa com um corpo escultural bem na sua frente dizendo:
- Oi dormiu bem? Sorriu.
- Sim dormir, o que aconteceu ontem?
- Você ficou bêbada e eu não poderia te deixar dormir naquele sofá, te trouxe até o quarto de Julie e tirei suas roupas apertadas e coloquei a primeira blusa confortável que vi pela frente. Agente transou mais acho que isso você se lembra? Julian deu uma gargalhada.
- Não absolutamente não, então era esse seu plano? Ela deu uma tapa no braço de Julian.
- Relaxe eu jamais poderia fazer nada que você não quisesse querida! Vim te acorda já são 8 horas e seu vôo sai as 09h30min não é?
- Meu Deus. Tenho que correr, ainda não fiz as malas.
-Suas roupas estão dentro dessa gaveta ao lado da cama. Disse Julian olhando para ela e saindo.
Assim que vestiu apressadamente as roupas Kimberlly pegou a folha novamente que estava dentro do diário e colocou na sua bolsa, ela parou e pensou se era ético pegar o diário para suas pesquisas, mais desistiu assim que se lembrou das palavras da senhora Booster, ela desceu as escadas voando e gritou:
- Julian onde está você?
Uma voz que vinha da cozinha respondeu:
- Estou aqui, preparando seu café!
Ela caminhou até a cozinha e viu-o cozinhando e falou:
- Me desculpe mais tenho que ir. Obrigada por tudo Julian!
Ele parou o que estava fazendo e a acompanhou até a porta, quando ela abriu a porta ele lhe perguntou:- Você pelo menos pode me dar o número do seu celular?
- Sim é claro.
Ele coloca a mão no bolso e tira seu celular de dentro e lhe entregou dizendo:
- Ok. Anote.
Ela anotou e lhe entregou de volta, assim que desceu o primeiro degrau da casa dos Himmel ela parou e respirou por um momento; quando olhou para seu lado viu aquele homem lindo se aproximando e lhe dando um abraço. Julian era maluco mais na verdade tinha um bom coração.
Já fazia um mês que Kimberlly havia chegado da sua primeira viagem de pesquisas, mais o sentimento de dever cumprido estava longe das suas expectativas, existia uma longa lacuna na sua mente sobre Julie Himmel e depois da sua descoberta do marido misterioso ela se perguntava constantemente que ele era a resposta para todas as suas perguntas e que tinha que conversar com ele custe o que custasse. Então ela teve uma brilhante idéia, ligou para o Jornal The Secret Post:
- Alô!
-Gregory aqui é Kimberlly da Revista FREEDOM.
- Olá Kimberlly o que posso fazer por você?
- Bem estou precisando descobrir onde posso encontrar uma pessoa, só que não tenho seu sobrenome, será que você poderia encontrar?
- É difícil mais não é impossível. Qual o nome?
- Aaron ele foi casado com Julie Himmel. Ele é uma peça crucial para essa Biografia.
- Entendo, vou ver o que posso fazer por você. Ligo-te se descobrir algo!
- Obrigada Gregory até depois.
Ela desligou.
Já era noite e Kimberlly estava sozinha em seu apartamento comendo um pedaço de pizza e tomando refrigerante; reescrevendo para seu notebook o conteúdo do gravador quando seu celular toca:
- Alô!
-Kim onde você está?
- Estou em casa comendo alguma coisa e você Liz?
- Querida deixe um pouco este trabalho de lado, hoje é sexta-feira e amanhã é feriado, estou me arrumando para ir a uma casa noturna que abriu. Porque não se arruma e vem comigo?
- Não sei amiga, tenho tanta coisa para fazer você sabe á biografia da Julie e o trabalho estão tomando meu tempo totalmente, eu sei que se falasse com o marido dela, ele poderia me esclarecer e contar uma parte da vida que absolutamente ninguém faz idéia que ela viveu.
Tenho que encontrar ele, tenho que encontrar, parece que é uma missão.
- Kim eu sei como você é quando colocar alguma coisa na cabeça vai até o fim,mas á vida é curta e você só tem 19 anos, tem muito e muito tempo para escreve e descobrir quem é esse marido da Julie. Vamos curtir hoje,se arrume eu passo ai em uma hora esta bem?
- Está bem Liz! Vou me arrumar.
- Essa é a minha garota, agora coloque suas lentes e fique bem gata, quero que você conheça um rapaz bem atraente e sexy para te animar para a vida!
- Certo Liz, até daqui a pouco!
Liz desliga.
Assim que chegaram á casa noturna Sarcófago, Liz e Kimberlly se sentaram em uma das mesas no primeiro andar, a casa noturna era dividida em dois ambientes: na parte de cima ficava algumas mesas espalhadas em um salão escuro e climatizado e na parte de baixo ficava um enorme espaço para aqueles que quisessem dançar ao som de DJS.
Kimberlly estava sentada tomando vodca quando ao longe vê um homem atraente e lindo olhando insistentemente para ela, Liz percebe e fala para a amiga:
- Ta vendo aquele homem ali de preto Kim? Ele não tira o olho de você, ta vendo eu te falei que se você tirasse aqueles óculos e colocasse lentes ficaria um arraso querida!
O homem que olhava para Kimberlly era Aaron Shakespeare e ele estava á encarando porque Kimberlly lhe recordava muito, outra pessoa de tempos atrás, na verdade ela era igual a Julie. Depois de alguns minutos ele se levantou da mesa onde estava e seguiu caminhando até chegar á mesa onde Kimberlly e Liz, estavam sentadas apreciando a festa. Liz olha para Kimberlly e diz:
- O bonitão está vindo para cá amiga, quer um conselho se ele perguntar seu nome da um nome falso entendeu?
Kimberlly fez um sinal de positivo com a cabeça, quando Aaron chega ao seu lado e lhe fala:
- Olá quer tomar um drinque comigo?
Ela observando seu olhar profundo e lhe diz:
- Claro que sim.
Ele pega sua mão e lhe fala ao pé do ouvido:
- Podemos sentar em um lugar mais reservado é claro se sua amiga não se incomodar?
Kimberlly olha para Liz e perguntar:
- Liz vou tomar um drinque naquela mesa quer ir conosco?
Liz faz um sinal de negativo com a cabeça e diz:
- Pode ir meu namorado já está chegando! Liz da uma piscadela com o olho para Kimberlly.
Kimberlly se levantou da mesa, Aaron pegou sua mão com sutileza e a conduziu para uma mesa discreta no final do primeiro andar. Eles se sentaram, na mesa e ele pediu educadamente para que o garçom trouxesse champanhe e começaram a conversar como se já se conhecessem a um milhão de anos. No inicio da madrugada já bêbada ela pedi á ele para dançar, eles começaram a dançar descontroladamente e se beijaram intensamente, ele há levou para dormir em seu apartamento.
Na manhã seguinte quando Kimberlly abriu os olhos, estava nua deitada em uma cama que não era sua e ainda tonta tentava assimilar as coisas dentro de si, olhou em volta e não se lembrava do que aconteceu depois da balada. Ela pegou uma camiseta que estava jogada em cima de um sofá perto da cama, se vestiu, caminhou até a porta e viu um longo corredor mais perdida acha melhor volta para cama, quando ela escuta uma voz que vinha do lado esquerdo do corredor dizendo:
- Eu vou tomar uma ducha rápida e daqui a meia hora estarei no escritório. Diga aos colunistas que tenho que rever as pautas então marque uma reunião para esta tarde, mande um email para Janete com os slides das novas capas. Isso é tudo.
Ela caminha de volta para cama e finge que está dormindo quando Aaron entra no quarto vai até onde ela está e fica á observando por um instante.
Ele caminha até o banheiro e toma um banho e assim que estava se arrumando novamente o telefone toca mais dessa vez era seu celular, ele caminha para fora do quarto. Depois de 20 minutos que não escuta mais nem um barulho no apartamento Kimberlly se levanta e encontra seu vestido e sapatos do outro lado da cama, ela veste rapidamente e assim que caminha até a porta uma voz exclama:
- Senhorita?
Kimberlly olha rapidamente para trás e vê uma camareira limpando a sala e diz:
- Oi!
- O senhor Shakespeare me pediu para lhe entregar isso assim que a senhorita acordasse!
Quando Kimberlly estende a mão para pegar era um cartão que dizia:
Será que podemos sair hoje á noite para jantar?
444-7532.
Aaron.

Kimberlly saiu muda do apartamento de Aaron que morava em uma cobertura na parte classe media alta da cidade, assim que chegou a seu apartamento ligou para Liz e contou em detalhes a madrugada e o pedido dele, Liz como se não acreditasse gritou:
- Garota esse é o partido que minha mãe pediu a Deus. Você vai ligar pra ele não é?
- Amiga não sei, ainda não estou pronta pra me envolver com ninguém!
-Não to acreditando Kimberlly Hamlet, ele é um gato é rico e o que diabos está esperando? Liga para ele, antes que alguém mais esperto faça isso por você, liga para ele.
Liz desligou.
Kimberlly respirou fundo, discou o número do cartão e disse:
- Alô!
- Alô aqui é do Jornal The Secret Post. Disse a voz da secretaria.
- Gostaria de falar com Aaron Shakespeare, ele está? Disse Kimberlly com uma voz segura.
- Quem gostaria de falar com ele?
- Aqui é Kimberlly Evans.
- Espere um segundo que irei transferir a ligação.
Um minuto depois a voz de Aaron fala:
- Olá Kimberlly!
- Oi Aaron eu recebe seu cartão.
- E então vamos sair hoje?
- Sim vamos.
- Tem algum lugar em especial que você gostaria de ir?
- Na verdade eu queria ir a uma exposição de um pintor mais deixa para lá.
- Qual o nome do pintor?
- É um novo impressionista Hugo Lewison. Mais...
- Certo iremos para á exposição e quando saímos podemos jantar, me diga seu endereço assim posso lhe pegar está bem?
- Moro na Avenida Sant’ Laurent, no prédio Louis Vuillton, apartamento 211.
- Certo te pegou hoje as 08h00min está bem?
- Certo. Até a noite!
Ele desliga.
Kimberlly não acreditou mais dormiu com o editor-chefe do Jornal The Secret Post, ela pensa “Será que ele é casado?”.
Antes que todas as dúvidas atormentassem sua mente ela liga imediatamente para Liz e fala assim que a amiga atende:
- Oi Kimberlly ligou pra o gato?
- Sim liguei, mais estou completamente em estado de choque, advinha onde ele trabalha?
- Num escritório?
- Melhor do que isso, ele é editor-chefe do Jornal The Secret Post!
Kimberlly e Liz ficam conversando por mais 30 minutos.
Depois da conversa com Liz ela dormiu e assim que acordou já era quase hora do encontro com Aaron, ela corre para se arrumar e depois de 45 minutos já estava prontíssima.
Eles já estavam na exposição de Hugo Lewison observando os quadros quando de repente Hugo Lewison chega até seu lado e fala:
- Boa Noite!
Kimberlly o olha com uma grande admiração e diz:
- Boa noite Senhor Lewison seus quadros estão belíssimos está noite!
Ele a encarou e disse:
- Obrigada senhorita, que engraçado você me lembra muito uma amiga minha. Ele sorriu serenamente para ela, quando encara Aaron e lhe diz:
- Senhor Shakespeare o que acha da minha exposição?
- Não achei nada de interessante, as mesmas pinturas de sempre.
Kimberlly por um momento olhou para Aaron e viu saírem faíscas de raiva de seus olhos.
Hugo continuou dizendo:
- O que é isso Aaron, se ela estivesse aqui iria adorar, certamente ela sabia apreciar arte e pessoas que a amavam de verdade.
Aaron tentando se conter falou civilizadamente:
- Se estivesse, mais não está. Vamos Kimberlly já vi o bastante por hoje.
 Pegou a mão de Kimberlly e saíram da exposição.
Aaron e Kimberlly seguiram para um famoso restaurante do centro da cidade e muito pouco conversaram, ela teve a sensação que depois do encontro entre Aaron e Hugo, o humor dele e sua áurea estavam obscuros.  Ao final do jantar eles seguiram para o apartamento dele, novamente ela passou á noite com ele, eles estavam dormindo quando ela se levantou para tomar água na cozinha, ela se assustou com Aaron gritando, se aproximou dele e viu que ele estava muito suado, ela pegou sua cabeça carinhosamente e colocou em seu colo, tentou limpar seu suor com um lençol, ele abriu os olhos lentamente e perguntou:
- O que está fazendo?
- Eu fui até a cozinha e você gritou, quando cheguei aqui você estava suando, está bem?
Ele se levantou e foi até o banheiro lavou o rosto demoradamente e pegou de um frasco um remédio, tomou e caminhou até a janela que ficava do lado esquerdo do quarto, ele ficou observando os pingos de chuva que batiam contra a janela, ela o observava deitada na cama e lhe pergunta:
- Aaron se sente bem?
Ele não respondeu e ficou ali por um bom tempo em silêncio.

No dia seguinte por volta do meio dia o telefone de Aaron toca insistentemente e ele atende falando baixo para não acordar Kimberlly. Mais mesmo assim ela já estava acordada, se levanta dá um beijo na sua bochecha e se encaminha até o banheiro onde toma uma ducha rápida. Quando sai da ducha e estava se vestindo para ir embora ela escuta Aaron grita:
- Eu não quero saber, já paguei o suficiente eu quero essa entrevista na minha mesa amanhã.
Ela caminhou até a cozinha e quando estava comendo um pedaço de sanduiche que estava em cima da mesa ele se aproxima e diz:
- Não Kimberlly já é horário de almoço, vamos até o restaurante da lagoa?
Ou quer comer algo diferente hoje?
- Hoje eu não posso sair com você, tenho diversas coisas para fazer!
- Certo. Ele sai friamente sem se despedir dela.
Ela já estava no prédio que morava e enquanto o elevador subia, ela ia pensando que muitas vezes nos enganamos com os ricos, porque pensamos que nada os abala mais ela estava se tocando de que nada o que vemos é aquilo que sabemos, e de imediato assim que chega á seu apartamento ela começou de novo a reescrever a biografia de Julie Himmel.
Já era segunda-feira de manhã e Kimberlly se preparava para volta a rotina de trabalho novamente, passar de 08h00min da manhã até 07h00min da noite pesquisando e marcando entrevistas para sua coluna na revista FREEDOM, ela caminhou novamente até chegar ao elevador e assim que ela ia entrando olhou e não acreditou no que seus olhos lhe mostravam, Aaron estava dentro do elevador á sua espera e lhe diz:
- Bom dia Kimberlly!
- Bom dia! Ela lhe responde olhando para suas roupas que estavam mais para um roqueiro urbano.
- O que acha de quebrarmos o protocolo está manhã e passearmos para nos divertir?
- Aaron eu tenho que trabalhar. Hoje é segunda-feira lembrasse?
- Kim você é tão jovem e tão responsável, me escute ligue para seu trabalho e apenas minta, diga que esta doente e que não pode sair da cama. Aaron disse com uma voz de sarcasmo.
- Aaron eu tenho um milhão de coisas para fazer hoje.
Ela pensou por um minuto e disse para si mesma “é apenas um dia de férias”.
Kimberlly pegou seu celular na bolsa e ligou para á redação da Revista:
- Alô!
- Oi Sophia aqui é Kimberlly eu liguei para avisar que não posso trabalhar hoje. Acordei com um mal esta e realmente não tenho condições de trabalhar, será que pode avisar ao pessoal querida, sim obrigada!
Ela desligou e olhou para Aaron e disse:
- Se eu perder meu emprego você vai ser o culpado. Ela sorriu.
- Porque não troca de roupa e coloca uma coisa bem confortável? Disse ele.
Ela atende seu pedido e novamente volta para seu apartamento, veste roupas confortáveis e saem sem destino. Naquele dia Aaron estava totalmente diferente, ele estava feliz e conversava sobre coisas simples e parecia tão vivo e compenetrado no futuro e realmente estava mais solto do que os outros dias, até parecia uma nova pessoa, e foi a primeira vez que Kimberlly se deu conta que ao seu lado, as horas se passavam voando e que por mais que ela tentasse conter o seu olhar sobre Aaron, havia algo que só ao seu lado despertava uma magia interior indescritível dentro de suas emoções e até seu mundo particular ao seu lado era totalmente real e multicolorido e daquele dia em diante ela percebeu de uma vez por todas que estava apaixonada, e disse para si mesma que aquilo era totalmente surreal.
No fim do passeio que fizeram Aaron deixou Kimberlly na porta do seu apartamento e ela fala:
- Me divertir muito hoje, obrigada por me raptar, estava precisando disso. Ela o beijou.
- Meu pai morreu hoje de manhã em NY! Disse ele com uma lágrima no olhar.
Ela o encarou profundamente e lhe perguntou:
- Sinto muito Aaron, porque não me disse nada? Ela o abraçou afetuosamente.
- Porque ás vezes esquecer a perda é o melhor remédio para se prosseguir adiante.
- Se quiser conversar sobre isso? Disse ela.
- Obrigada Kim, mais neste momento eu queria ficar sozinho, tenha uma boa noite.
Ele beija á testa de Kimberlly baixa a cabeça e saiu caminhando até chegar ao elevador.
Na manhã seguinte bem cedo assim que acorda Kimberlly liga para o apartamento de Aaron mais a empregada lhe diz que ele foi para o enterro do pai em NY.
Kimberlly arruma suas coisas e vai ao trabalho, assim que chega a redação da revista FREEDOM sua mesa estava lotada de papéis, ela começa a trabalhar freneticamente.
Naquele mesmo dia á tarde no Jornal The Secret Post, assim que Aaron chega do enterro do seu pai ele passa na mesa de Gregory Barker e se surpreende quando lê na tela do seu computador o nome de Julie Himmel, ele olha para Gregory enfurecido e lhe pergunta:
- Porque está pesquisando sobre Julie Himmel?
- Aaron, sinto muito por seu pai. Disse Gregory estendendo a mão para Aaron.
- Não estou querendo saber sobre meu pai, para quem é essa pesquisa? Ele fala com fúria.
- É para uma repórter da revista FREEDOM ela vai escrever uma biografia sobre Julie Himmel.
- Qual o nome dessa cadela? Disse ele aos gritos.
- Calma Aaron, o nome dela é Kimberlly Hamlet.
-Venha até minha sala imediatamente senhor Barker! Disse Aaron com uma voz autoritária.
Gregory seguiu até chegar ao escritório de Aaron Shakespeare onde ele faz um interrogatório sobre o que a repórter tinha descoberto sobre Julie Himmel, Gregory contou o que ele sabia e ficou impressionado com a cara de ódio que seu patrão fez quando ele estava contando em detalhes a pesquisa incessante de Kimberlly Hamlet para mostrar à verdadeira história de Julie Himmel. Depois de meia hora conversando com Gregory em sua sala Aaron pergunta:
- Quero o número da repórter, ela vai ter uma lição e você se tentar avisar alguma coisa a ela, pode ficar certo que perderá o emprego, me ouviu senhor Barker?
Gregory deu o número da sala de Kimberlly e ficou com muita pena dela, porque sabia como Aaron agia quando estava nervoso e descontrolado e depois daquela ameaça ficou certo de que alguma coisa não muito boa iria acontecer com a jovem repórter.
Aaron liga para a revista FREEDOM e pede para falar com Kimberlly Hamlet, depois de um minuto Kimberlly atende:
- Alô aqui é Kimberlly Hamlet!
- Oi Senhorita Hamlet, eu tenho uma informação quente para lhe dar.
- Que tipo de informação?
- Eu soube que está escrevendo uma biografia sobre Julie Himmel. Quero lhe ajudar!
- É verdade, mais posso saber seu nome?
- Digamos que eu seja um amigo anônimo.
- Bom me diga a informação vamos ver se é quente mesmo?
- Eu sei o nome do marido de Julie.
- Meu Deus!Estou ouvindo isso é um vulcão!
- Quer se encontrar com ele? Mais tem duas condições.
- É o que mais quero neste mundo, pode dizer.
-Hoje de 5 horas da tarde embaixo da ponte Washington ele a espera, mais ele disse que quer que você vá sozinha e ele só responderá a uma única pergunta.
- Ótimo estarei lá!
Ele desliga na cara dela.
Aaron liga para sua secretaria e manda que ela ligue para Igor Luppos, para que ele venha imediatamente ao seu escritório, depois de meia hora Luppos estava sentado em frente á Aaron escutando atentamente seu plano para dar um susto em uma repórter intrometida.
ÁS CINCO HORAS DA TARDE EM PONTO Kimberlly estava embaixo da ponte Washington esperando atentamente o ex-marido de Julie Himmel. Ela olhava para o relógio impaciente quando uma voz desconhecida exclama:
- Kimberlly Hamlet?
- Oi sou Kimberlly senhor Aaron. Ela sorri simpaticamente para ele.
Igor caminha para perto dela e fica olhando em volta para que nem uma testemunha veja o que ele fará em seguida. Kimberlly pega seu gravador na bolsa e fala para ele:
- Então como só posso fazer uma pergunta eu...
Quando ela se deu conta Igor já estava atrás dela lhe dando uma gravata, puxou uma faca do bolso direito e deu um golpe violento no ombro esquerdo dela, o sangue espichou volumosamente de seu braço e ela como se perdesse totalmente as forças ficou muda, ele tirando a faca de dentro da sua carne sussurra ao pé do seu ouvido:
- Espero que com este aviso você pare de remexer no passado de Julie Himmel. Se não da próxima vez você fará companhia para ela no inferno.
Ele solta Kimberlly no chão e sai apressadamente.
Depois de 40 minutos ali ensangüentada Kimberlly usa suas últimas forças para pedir ajuda, ela pega seu celular e disca o número da emergência, assim que atendeu ela conta o que aconteceu e imediatamente uma ambulância chega onde ela está.
Nesse mesmo momento Igor entra na sala de Aaron e lhe fala:
- Cadê a grana? Já dei uma boa noite na repórter.
- Está ai agora suma da minha frente. Se eu precisar de você novamente eu ligo!
- Não quer saber o que eu fiz com a garota? Pergunta Igor com uma voz de dever cumprido.
- Não. Saia já disse.
Ele sai da sala.
NO HOSPITAL LINCHESTER Kimberlly estava sendo submetida a uma cirurgia. Depois de uma hora e meia ela sai da sala de cirurgia e vai diretamente para um quarto.
Nessa mesma noite assim que chega ao seu apartamento Aaron estava escutando a secretaria eletrônica quando uma mensagem li trás nostalgia:
- Oi Aaron aqui é Kimberlly, tentei ligar para você pra dizer que sinto muito por seu pai. Eu espero que você tenha uma ótima noite e se quiser aparecer em meu apartamento para conversamos estarei te esperando. Beijos até depois.
Ele pega seu celular e liga para a casa de Kimberlly mais ninguém atende, ele então decide ligar para o seu celular mais todas as tentativas foram em vão. Ele caminha até seu quarto e se deita na cama tentando dormir.
JÁ FAZIA TRÊS DIAS QUE KIMBERLLY estava no hospital se recuperando e quando teve alta sua melhor amiga Liz a acompanhou até seu apartamento, Liz perguntou:
- Então amiga agora que o pior já passou você vai desistir dessa biografia pelo o amor de Deus! Continuar é uma loucura. Cara de preocupação.
- Eu? Até parece que não me conhece Liz, vou até o fim agora, tem alguma coisa muito interessante e misteriosa na vida de Julie e eu vou descobrir o que é;aquele homem não iria me atacar se não tivesse alguma coisa muito e muito importante por trás da vida dela e eu só descansarei quando souber o que é.
Ah!não se preocupe eu vou me cuidar!
- Amiga se eu fosse você não me arriscaria de novo, hoje foi seu ombro dilacerado e amanhã se insistir nessa loucura pode ser todo o seu corpo. Você é louca!
- Ser jornalista requer coragem e riscos fazem parte dessa amável e adorável profissão. Risos.
- Você é louca. Falando em adorável onde está o tal de Aaron Shakespeare?
- Boa pergunta. Depois que aconteceu esse pequeno acidente comigo eu não o vi mais.
- Bem se eu fosse você ligaria para ele bobinha e contava sua situação, quem sabe ele não possa contratar um segurança particular para te proteger? Liz fala isso sorrindo.
- Liz você é tão engenhosa eu e ele não estamos tendo um romance, e é obvio que eu não irei contar a ele o que me aconteceu, se você não se lembra eu menti pra ele dizendo que meu nome é Kimberlly Evans e que eu tenho 22 anos e que trabalho em um escritório como secretaria.
- Querida disso eu sei, fui eu quem mandou você mentir, mais nessa situação de risco é melhor contar toda a verdade para ele. Quem sabe ele não possa te ajudar?
- Não sei Liz!
Kimberlly e Liz passaram mais um tempo conversando, quando Liz volta para seu apartamento.
KIMBERLLY caminhou até a secretaria eletrônica e ouvi os recados; havia cinco ligações perdidas do número de Aaron, então ela decidiu ligar para ele:
- Alô Aaron!
- Oi Kimberlly. Como está?
- Desculpe só vi hoje suas ligações, estou um pouco encrencada para ser sincera.
- Encrencada com o que?
- Eu poderia explicar melhor se pudesse te ver!
- Bom eu tenho uma reunião de negócios hoje e não tenho idéia de que horas vai acabar mais se acha que é importante passe no meu apartamento e me espere se você quiser!
- Eu,está bem, ficarei te esperando então.
- Até a noite!
Ela desligou.
Quando era 8 horas da noite Kimberlly chega ao apartamento de Aaron a empregada abre a porta e lhe oferece algo para beber, ela aceita refrigerante e fica olhando para a enorme estante de Aaron onde se via muitos prêmios nacionais. Depois de mais de meia hora de espera Aaron chega e a encontra sentada olhando pela enorme janela que ficava na parte escura perto de sua estante, ele fala:
- Boa noite Kimberlly; Desculpe pela demora! Ele estava tirando o paletó.
- Boa noite eu sinto muito se estou te incomodando? Ela continuou sentada.
- Absolutamente você não me incomoda, então o que posso fazer por você? Ele não se deu conta que o braço dela estava apoiado em uma tipóia.
Ele pegou um copo d’água que estava em uma escrivaninha; bebeu e assim que chega novamente perto dela seu celular começa a tocar insistentemente, ele atende:
-Alô!
- Oi meu amor que saudades.
- Sim estou em casa, certo irei te buscar então.
-Também te amo.
Ele desliga.
Kimberlly ficou escutando a conversa e se sentiu humilhada o que ela temia era a pura verdade ele era casado. Aaron novamente olhou para Kimberlly e disse:
- Pode falar agora Kimberlly! Ele ficou a observando.
- Não eu tenho que ir embora, foi um erro ter vindo aqui. Ela se levantou.
- O que foi isso no seu braço? Ele finalmente viu a tipóia.
- Um acidente no trabalho, mas estou bem; desculpe ter te incomodado. Ela pegou sua bolsa.
- Kimberlly sei que está mentindo, o que aconteceu?
- Nada. Porque não me disse que era casado? A pergunta veio sem que ela pudesse controlar.
Ele respirou e disse: - Não sou casado, estou noivo.
A resposta dele foi uma facada na face de Kimberlly. Ela ficou parada olhando para ele sem saber o que viria em seguida e com grosseria indaga:
- Ótimo e eu fui apenas um brinquedo em suas mãos, um passatempo.
- Me escute, na noite que te encontrei naquela balada eu tinha rompido meu noivado com Bianca, então conhece você, e pra falar a verdade você é muito parecida com alguém que eu amei, alguém que não sei como...ainda amo.
Ela o olhava com raiva e disse:- Não quero ser o prêmio de consolação de ninguém, e quer saber odeio que me comparem com outras.
Antes que ele pudesse terminar a conversa Kimberlly caminha até a porta e diz:
- Adeus Aaron!
Ela bate á porta com raiva. Vai embora sem olhar para trás.
Kimberlly chega ao seu apartamento e vai direto até a cozinha onde encontra no armário uma garrafa de vodca e começa a beber, ela pega um de seus CDs prediletos e coloca em seu som e começa a ouvir observando a noite se transformar em madrugada.
Já fazia um mês desde a cirurgia do braço e Kimberlly decidiu retorna suas pesquisas sobre a biografia de Julie Himmel, ela ligou para sua editora-chefe a senhora Booster e lhe disse:
- Oi aqui é Kimberlly!
- Kimberlly como está querida? Se sente melhor?
- Sim obrigada pela preocupação, eu quero continuar as pesquisas sobre Julie Himmel.
- Querida é muito perigoso e sinceramente depois do seu acidente eu pensei melhor e acho que você deveria tirar umas férias.
- Não concordo com isso senhora Booster, eu sei que é perigoso mais é um risco que quero correr, eu estou bem e não quero tirar férias, eu sei que se eu falar com a pessoa certa desta vez, posso terminar o que comecei.
- Me escute querida, eu não devia lhe contar isso, mais já que quer correr risco a vida é sua e você pode fazer o que quiser com ela, tenho um nome para você.
- Ótimo quem é?
- O nome dele é Hugo Lewison ele e Julie Himmel segundo as más línguas tiveram um caso.
- Certo irei procurar ele.
- Querida desta vez se Cuide. Boa sorte!
Ela desligou.
Nesse mesmo instante Kimberlly liga para o ateliê de Hugo Lewison e marca de se encontrar com ele, Hugo aceita. Eles marcam de se encontrar na casa de Hugo.
ASSIM QUE CHEGA A MANSÃO DE HUGO, Kimberlly é recebida pelo seu mordomo que avisa:
- Boa tarde senhorita. O senhor Lewison está a sua espera, me acompanhe, por favor!
Kimberlly segui o mordomo e passa por belíssimos quadros ao longo do percurso até chegar á sala de visitas de Hugo Lewison, assim que o vê, Kimberlly lhe dá um lago sorriso e fala:
- Senhor Lewison, sou Kimberlly Hamlet,muito prazer!
- Kimberlly muito prazer, aceita alguma coisa para beber?
- Obrigada estou bem!
- Bom, em que posso ser útil?
- Eu sou repórter da revista FREEDOM, só que neste momento estou aqui como ouvinte, estou escrevendo uma biografia sobre Julie Himmel.
-Não passo um só dia que eu não lembre, dela. Disse Hugo com um olhar distante.
- O que pode me contar sobre a sua amizade com Julie? Ela liga o gravador.
Hugo Lewison foi profundo e categórico durante 2 horas em suas respostas e quando Kimberlly vendo que já estava na hora de retornar a revista fala:
- Vejo que já esta tarde eu tenho que ir embora, senhor Lewison fico muito feliz que tenha dividido seu tempo e suas recordações comigo sobre Julie, eu agradeço muito mesmo.
- Querida eu que agradeço. Qualquer dúvida ou mais alguma pergunta sobre Julie não se preocupe em me ligar está bem?
- Na verdade existe uma coisa que eu não sei e gostaria muito de saber? Disse ela fitando-o.
- Se eu souber respondo senhorita Hamlet!
- Qual o nome do ex-marido dela? Quem é ele?
Ele a olhou surpresamente e disse:
- Sei Sim, era o senhor Shakespeare, o mesmo homem que estava com você no dia da minha exposição. Não sabia? Hugo falou calmamente.
- Meu Deus, este tempo todo eu me arrisquei em vão para descobrir quem era o ex de Julie e ele estava ali bem do meu lado, não posso acreditar. Ela se levanta apreensiva.
- Kimberlly respire! Eu não entendo, você e o Aaron estavam tão próximos quando os encontrei na minha exposição, pensei que ele já soubesse que você assim como ele são jornalistas?
- Eu menti para Aaron, ele nem sonha que sou repórter e que estou escrevendo uma biografia sobre Julie Himmel, ele não sabe de nada disso. Ela diz isso quase chorando.
- Então é melhor se cuidar querida, ele é muito vingativo com as pessoas que lhe enganam!
- Do que está falando Hugo?
- Eu lhe conto o que sei mais isso é em caráter confidencial.
Ela balança a cabeça em sinal de positivo e desliga o gravador.
Hugo a olha profundamente e fala:
-No dia que Julie morreu no Alasca a imprensa noticiou sua morte dizendo que quem havia encontrado ela morta foi uma camareira, mais a verdade é outra.
Uns dias antes da morte de Julie ela convidou Aaron para um jantar em sua mansão, ela queria lhe contar o seu maior e mais assustador segredo, mais só que ele e ela não se falavam á muitos anos, ela não fazia idéia de como ele ainda a odiava,bom ele foi mais eles tiveram uma discussão feia e ela não teve oportunidade de contar ao senhor Shakespeare tudo o que estava por vir, pelo jeito foi o que ele disse a ela nesta discussão que fez Julie no dia seguinte sair de casa sem destino e sem seus remédios, Julie definitivamente estava desnorteada com tudo o que aquele grosso havia dito a ela. Julie sumiu por uns três dias depois desse encontro e ninguém absolutamente ninguém sabia onde ela estava; eu á procurei como louco, só que pra o meu azar, o senhor Aaron a encontrou primeiro no Alasca e eu tenho certeza que ele a matou quando teve chance e sua maneira cruel e vingativa foi acabando com a reputação de Julie; com certeza ele a drogou, ele á matou!
- Eu... Não posso acreditar nisso... Ela falou isso gaguejando.
- Julie Himmel estava morrendo querida, ela estava com um tumor maligno na cabeça, e só tinha mais alguns meses de vida, mais ela queria que o Aaron a perdoasse por tudo, porque Julie sempre o amou. No dia em que ela me disse que havia comprado 50% das ações do Jornal The Secret Post para deixar para Aaron como herança, eu mesmo fiquei bestificado com sua atitude. Mais depois ela me contou tudo e eu entende o que ela queria fazer, ela se sentia culpada primeiro pela morte do filho Bryan e depois pela traição com um modelo mais jovem e mais galante que Aaron, Julie havia curtido muito a vida mais ela tinha um buraco negro dentro dela, Aaron Shakespeare era e sempre foi sua respiração, mais ele á odiava e não queria vê-la nem pintada de ouro com rubis,porque Julie lhe traiu alguns meses depois que o filho morreu e isso para ele foi a ponta do Iceberg; acho que até hoje depois da morte dela, ele a odeia e por isso eu digo que ele a matou. Julie não usava drogas e como aquela heroína foi aparecer ali no quarto? Como seu organismo já estava debilitado com a doença aquela seringa foi letal para Julie, eu sei que isso é conspiração, mais eu tenho certeza que ele a matou.
 Aaron queria vingança e a odiava, ele a matou!
As palavras de Hugo foram facas que dilaceravam a mente de Kimberlly e ela mesma se questionou e pensou nos motivos que Aaron teria para matar Julie e pergunta:
- Quer dizer que ele ficou rico por causa dela?
-Ele a menos de um ano atrás era apenas um simples colunista e agora a metade do jornal e seu cargo de Editor-chefe tudo isso ele deve a Julie. Ele a matou Kimberlly e você deve descobrir o motivo, seja imparcial e descubra porque ele fez isso a minha Julie.
Kimberlly como se não acreditasse no que Hugo lhe contava se despediu dele e seguiu até a redação da revista FREEDOM em estado de inércia absoluta.
No escritório de Aaron, Gregory bate na porta e pede licença; Aaron o encara e pergunta:
- O que aconteceu Gregory?
- Kimberlly Hamlet voltou a pesquisar a vida de Julie Himmel. Pelo que eu conheço dela, não desistirá tão fácil, ela irá até o final nisso, ela é determinada e é apaixonada por investigação. Porque não oferece uma boa quantia para que ela desista Aaron?
Aaron parado estava tentando pergunta para si mesmo o que uma jovem jornalista teria medo nessa altura do campeonato se com aquele susto não se tocava que estava se metendo em um labirinto sem volta. Ele encarou Gregory e indagou:
- Quero que faça uma pesquisa sobre ela, quero saber quais são seus pontos fracos!
-Certo você que manda.
Depois de uma hora Gregory voltou para a sala de Aaron e lhe mostrou algumas folhas onde continha a vida inteira de Kimberlly Hamlet, ele leu fascinado e disse para Gregory:
- Ela tem potencial devo admitir, tão jovem e tão xereta; se fosse em outras circunstancias eu poderia contratá-la para este Jornal. Mais neste momento ela está muito, definitivamente muito encrencada. Ele sorriu diabolicamente.
-Quer que eu ligue para ela marcando um encontro?
- Absolutamente não, quero que você desapareça da minha frente e esqueça esse assunto entendeu?
Gregory baixa a cabeça e bate a porta sem dizer mais nada.
Enquanto isso Aaron não pensa duas vezes e liga para Igor Luppos e fala:
- Quero que apague á repórter daquele dia. E dessa vez não deixe nem um rastro, quero que todos pensem que foi um trágico acidente me ouviu?
- Certo Aaron, mais eu tenho que saber pelo menos os lugares que ela freqüenta?
- Idiota! Ela trabalha na revista FREEDOM siga ela e faça que ela morra em um acidente, pode ser qualquer coisa, faça sua mágica aparecer, quando terminar o serviço eu lhe pago o triplo do que lhe dei na última vez.
Ele desliga.
O mestre manda e Igor obedece, ele viu quando Kimberlly entrou apressadamente para o prédio da revista FREEDOM e ficou pensando o que faria para matá-la.
Aaron passa o dia inteiro pensando em Kimberlly Evans e decide liga para a sua casa, mais quem atende é sua amiga Liz que fala:
-Alô!
- Kimberlly aqui é Aaron eu só liguei porque estou... com saudades... de você.
- Oi Aaron quem fala é a melhor amiga da Kimberlly, ela não está.
- Desculpe pensei que fosse ela, estou tentando ligar para seu celular mais ela não atende.
- Kim esqueceu o celular em casa, ligou para lhe dar os parabéns?
- Parabéns por quê?
-Ela está aniversariando hoje!
-Realmente, não sabia como posso falar com ela então?
- Sim está, certo eu posso te dar o número do trabalho dela.
- Claro me diga.
- Anota ai é o número da revista FREEDOM.
- O que disse? Ela está trabalhando na revista FREEDOM?
- Ai, eu não podia está te contando isso, mais fui eu quem disse a ela para mentir.
- Do que está falando?
- O nome dela é Kimberlly Hamlet e ela tem 19 anos, ela trabalha na revista FREEDOM, agora, por favor, não brigue com ela!
Aaron engoliu a seco e desligou na cara de Liz, como se por um impulso sai da sala quase correndo até chegar à mesa da sua secretaria e aos gritos lhe fala:
- Liga para o Igor Luppos agora?
Ela liga e faz uma cara de medo, como se ele estivesse tendo um surto nervoso.
Ela faz um sinal de negativo com a cabeça e fala:
- Está dando desligado senhor!
Aaron corre e pega o elevador e aperta os botões para baixo quase que quebrando os seus próprios dedos. Assim que olha seu motorista estava em uma barraquinha de cachorro-quente quando ele grita para que o motorista venha apressadamente. O motorista da partida e o destino é claro o prédio da revista FREEDOM. Aaron quase não respirava quando pensa que por obra do destino se apaixonou por uma garota mais jovem do que ele que se parecia com Julie Himmel à mulher que ele mais amou em toda a sua existência.
 Ele se lembrou da noite que viu Julie viva pela última vez e que havia levado a heroína para uso próprio mais quando viu Julie caída implorando para que ele acabasse com sua dor, ele aplicou a seringa nela e mesmo se sentindo culpado ele fala para si mesmo:
“Ela já estava morrendo e eu queria acabar com sua dor”, ele se desesperava mais ainda quando imaginava Kimberlly morta por um simples capricho seu, ele não se perdoou se algo acontecesse com ela.
JÁ ERA 7 HORAS DA NOITE QUANDO KIMBERLLY saiu do prédio da revista FREEDOM, ela vinha caminhando e dessa maneira Igor a seguiu, quando ela ia passando em frente a uma padaria entra e compra um mini bolo de aniversário, ela mesma depois das múltiplas emoções e revelações havia esquecido que era seu aniversário de 20 anos de idade naquele dia.
Kimberlly caminhava e se sentia livre com o vento frio que batia em sua face e por um momento ela se lembrava de quando era criança e de tudo o que viveu até ali; seus sonhos e sua verdadeira vocação interior, algo que lhe dava adrenalina e mais motivos para viver todas as vezes que trancava os olhos e deitava sua cabeça para dormir mais uma noite sozinha em uma enorme cidade que muitas vezes as pessoas ao redor, nem se davam conta que ela estava ali; existindo,respirando, correndo contra o tempo.
Ela imaginava que sua biografia sobre Julie Himmel seria sua grande colaboração; sua missão para aqueles que seguem á verdade e que lutam pela verdade mesmo que muitas vezes ela seja corrompida com mentiras e falsidade, ela sentiu que estava feliz; como á muito tempo não se sentia. E pensou consigo mesma: “Eu descobri a sutil diferença entre estender a mão e acorrentar uma alma”.
Quando estava parada esperando os carros passarem quando ela ia cruzar uma Avenida; sentiu uma mão pesada em alta velocidade lhe empurrando, ela caiu em frente de um caminhão em alta velocidade, foi atropelada violentamente. Uma multidão se juntou em volta do acidente assim que vê aquela cena, uma jovem ensangüentada caída no chão com sangue escorrendo por sua face e pelo modo como estava sua perna, o pneu do caminhão passou por cima, ela estava morta.
Depois de alguns minutos o carro de Aaron vem se aproximando perto da avenida; o motorista olha para ele e fala:
- Acho que teve um acidente ali na frente, quer que eu pare aqui?
Aaron manda que ele pare o carro e como se sentisse o coração bater aceleradamente vai seguindo até chegar á multidão, pede licença às pessoas da frente e quando se aproxima, não consegue crer no que seus olhos lhe mostram, ele caminha até chegar ao corpo de Kimberlly, ele se senta ao lado dela, pega sua cabeça carinhosamente e coloca sobre seu colo e começa a limpar o sangue que escorria de sua face, ele grita em desespero:
- Chamem uma ambulância, por favor!

Rapidamente a ambulância chega e ela é atendida e rapidamente levada para um hospital.
Aaron em total estado de choque, apenas acompanha a ambulância com o olhar e dentro da sua mente parece que ele só tem uma imagem dentro que lhe dilacera a alma e o coração, ele olhou rapidamente para baixo e encontrou sujo de sangue uma folha,no mesmo local onde até um segundo atrás o corpo de Kimberlly estava, ele abre a folha com cuidado e chora abafadamente quando lê um poema que Julie havia lhe escrito a muitos anos atrás,bem no inicio de seu relacionamento que dizia o seguinte:

Para: A.S
“Seja você quem for
agora segurando minha mão,
sem uma coisa há de ser tudo inútil
-é um leal aviso o que lhe dou
antes que continue a me tentar:
não sou aquele que você imagina,
mas muito diferente.
Quem é que gostaria
de vir a ser um seguidor meu?
Quem é que gostaria de lançar
sua candidatura ao meu afeto?
O caminho é suspeito,
o resultado é incerto, destrutivo talvez;
teriam que abrir mão de tudo mais
tendo eu pretensão
de ser seu padrão único e exclusivo;
sua iniciação haveria de ser ainda assim
extensa e fatigante,
toda a teoria da sua vida passada
e toda a conformidade com as vidas ao redor
precisariam ser abandonadas;
por isso deixe-me agora
antes de perturbar-se ainda mais,
deixe cair a mão do meu ombro,
coloque-me de lado e siga seu caminho.
                                                                Walt Whitman (Leaves Of Grass)

Depois do enterro de Kimberlly Hamlet, Aaron Shakespeare pegou o notebook onde ela estava escrevendo a biografia sobre Julie Himmel completou as lacunas que existiam e depois escreveu uma carta suicida  que dizia o seguinte:


"Se estiver lendo está carta agora é porque meu plano de punição deu certo; só quero confessar que a morte de Julie Himmel foi minha culpa, pensei que poderia amenizar a dor que ela sentia por causa do tumor, e a droguei, eu levei a droga para a pousada naquele dia, pensei que aquilo iria ajudá-la, mais no final tudo havia saído do meu controle.
Peço a você um último favor minha amiga(o), pegue o notebook que está em cima do meu criado-mudo e publique, nele está contida a biografia, a verdadeira verdade sobre Julie Himmel.
Você deve publicar a biografia e prestigiar a jovem repórter Kimberlly Hamlet uma grande e batalhadora pessoa que me apaixonei, ela morreu por minha causa porque se arriscou para escrever e contar todas as verdades contidas nesta biografia.
Eu confio em você e sei que fará tudo o que lhe peço!
Eu desperdicei duas chances de ser feliz e agora eu entendo quando Robert Frost dizia:
       “Diante de Mim Havia duas estradas.
Eu escolhi a estrada menos percorrida e isso fez toda a diferença”.
Sei que á escolha que fiz foi covarde mais jamais poderia seguir em frente com esta dor.
Espero que você e todos da minha família entendam a minha escolha e rezem por minha alma"
                                                                                                                                Aaron Shakespeare.

Depois que escreveu a carta Aaron deixou ao lado do criado-mudo onde estava o notebook,  caminhou até a janela do seu quarto e olhou pela última vez o brilho de uma extrema e bela lua cheia, respirou fundo e começou a abrir lentamente um frasco onde continha mais de 100 cápsulas de um antidepressivo, tomou um copo de uísque e engoliu todos de uma só vez e depois de alguns minutos ficou totalmente tonto; rapidamente deitou na cama; ele podia sentir a vida se apagando em um breve instante e a última imagem antes de cair em um precipício negro foi um rosto de alguém que sorria em sua direção.

E ali dentro está á vontade, que não morre. Quem conhece o mistério da vontade, com seu poder? Porque Deus é apenas uma grande vontade que penetra todas as coisas graças á força de sua aplicação. O homem não se submete aos demônios, nem se rende inteiramente á própria morte, a não ser pela debilidade de sua fraca vontade.”
                                                                                                                                    (Edgar Allan Poe)




NOTA DA AUTORA: Texto escrito em uma noite de 13 de agosto, por volta de 17 anos de idade.
HIMMEL em alemão significa: Céu.
Busquei inspiração nos livros: O MORRO DOS VENTOS UIVANTES (EMILY BRONTE)
TRISTÃO E IZOLDA (Uma lenda Celta de amor, autor desconhecido).
ROMEU E JULIETA (Do Soberano Dramaturgo WILLIAM SHAKESPEARE)

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