Sob a Tempestade!
25 de maio de 2012
No fim do dia, o desejo de partir veio mais forte do que qualquer outro sentimento. O vazio recorrente tomou conta de tudo à sua volta. Parecia que, naquele momento, ela se perdia no caos fornecido pelos últimos raios de sol de uma tarde cinza.
No fim do dia, as catedrais que badalavam seu imenso e grandioso coração estavam fechadas para a visitação de qualquer ser humano. No fim do dia, alguém sem rosto, que ela aprendeu a amar, foi deixado para trás — junto com seus medos e temores infantis.
No fim do dia, todos aqueles meteoros que compunham sua mente foram, aos poucos, se esfarelando, até se tornarem poeira de estrelas.
No fim do dia, ela se lembrou da frase que estava pichada na porta interna de seu guarda-roupa:
“Nós chegamos com a poeira e partiremos com o vento.”
No fim do dia, ela olhou para tudo que estava ao seu lado e já não via, em seu futuro glorioso, os pequenos fatores que a ajudaram a estar no topo da pirâmide.
No fim do dia, ela já havia escolhido a estrada menos percorrida, rumo ao destino de lugar nenhum.
No fim do dia, ela não ouvia mais os gritos da multidão ao seu redor — aqueles que, em alguns momentos, gritavam seu fracasso semanal.
No fim do dia, ela caminhou para o lugar mais distante possível e, em frente ao mar, contemplou tudo ao redor. Agradeceu aos céus, porque, mesmo depois de mágoas e ressentimentos, ela sorriu. Sorriu de si mesma e dos abalos sísmicos que a rodeavam. Mas, novamente sozinha e inteira — inteira, digna e orgulhosa de si mesma — ela lembrou-se de que:
“Sempre encontrava um caminho sob a tempestade.
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