(Sonetos) Desvendando o mistério.
Soneto 12
Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta,
ou queA prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do
Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.
Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o detinado.
A primavera é cópia desta forma,
A plenitude és tu, em que consiste
O ver que toda graça se transforma
Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.
Diga-me onde, horrível reflexão,
Pode o belo do Tempo se ocultar?
Seu passo é retardado por que mão?
Tendo a ti sou por tudo envaidecido:
Sou desgraçado só no tu poderes
Levando tudo, infeliz me fazeres.
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta
1609-2011 — Sonetos de Shakespeare completam 402 anos
Os últimos dois sonetos, o 153 e o 154, são alegóricos.
~ Estrutura ~
~ Personagens ~
~ Fair Youth ~
~ The Dark Lady ~
Humildemente, o poeta se descreve como calvo e de meia idade no momento da relação.
~ The Rival Poet ~
~ Temas ~
~ Legado ~
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