Diga Adeus!



Feche as portas e diga adeus:
A todo esse abismo que te cerca
E a toda essa farsa que te corrói
Às imagens surreais que te abalam
E às vozes da consciência que te destroem.
Feche as portas e diga adeus:
Aos minutos e horas que você buscou ser feliz.
E às mentiras que queriam que você enxergasse
À malandragem de ser inocente
E a todas as verdades que no fim foram mais que verdades.
Feche as portas e diga adeus:
À inércia do amanhã
E o fim de ter perdido amizades
Porque nem sempre amigos podem te compreender
Se no fim do seu abismo, você encontrar falsidade.
Feche as portas e diga adeus:
Às longas madrugadas de insônia
E às longas manhãs de reflexão
Às tardes quentes de Novembro
E às férias límpidas e divertidas de verão.
Feche as portas e diga adeus:
A toda nuvem cinza que habitou em seu jardim reticente
Que manchava sua áurea iridescente
Em uma noite inexistente.
Feche as portas e diga adeus:
A lugares irreais
E personagens imaginários
Há ilusões cotidianas
E caminhos sem atalhos.
Feche as portas e diga adeus:
Há palavras mal interpretadas
E conversas furtivas de longa duração
A sentimentos irreversíveis
E lutas sangrentas contra seu próprio coração.
Feche as portas e diga adeus:
A falsos contos de inverno
E lamúrias de autopunição
Às dores particulares de Dezembro
E às buscas intermináveis por uma paixão.
Feche as portas e diga adeus:
Ao seu deserto constante
E festas badaladas com as pílulas da felicidade
Há momentos especiais e passageiros
E às vinganças interiores que lhe transmitiam felicidade.
Feche as portas e diga adeus:
A toda essa dor aparente
De arriscar tudo o que era seu
E nesse momento nada mais te pertenceu.
Feche as portas e diga adeus:
À alienação dessa massa desprezível
E às humilhações no fim do túnel
E às doenças incuráveis que te abateram.
Feche as portas e diga adeus:
Ao nada que habitou dentro de você
E toda fumaça negra que permaneceu
Os pensamentos pessimistas que resistiram
E o fundo do poço que um dia você viveu.
Feche as portas e diga adeus:
A tudo o que te polui
E aquilo que não te pertence mais
As coisas ruins que passaram
E as mágoas e ressentimentos que ficaram para trás.
Feche as portas e diga adeus:
A todo e qualquer amanhecer nebuloso
E às feridas interiores também
Às flechadas e cicatrizes que arranham
E os amores falsos amém!
Feche as portas e diga adeus:
À falsidade daqueles que te odeiam
E aos falsos companheiros que te babam.
Às futilidades mundanas
E aos ciclos maliciosos que se formaram.
Este é o fim para tudo de ruim que me aconteceu;
Porque neste momento fechei as portas e disse adeus!

Comentários

  1. “Feche as portas e diga a adeus”. A ruína foi construída em forma de sonhos em último grau, que gerou uma energia consumida. Mas pq não se colocar em medida de segurança antes do facto acontecer? Nota-se o teatro, o fingimento criado, a esperança sendo consumida. Ás vezes erramos em querer enxergar o que desejamos, com as experiências conseguiremos mudar, e as mesmas necessitam de histórias vivenciadas... Não necessariamente a perda fará vc perder as forças, pq pensar no amanhã dessa forma? Onde encontrei o problema? Onde encontrarei a solução da questão?

    Um ponto interessante sobre amigos é que nem sempre nos compreendem porque nem sempre somos compreendidos por nós mesmo.

    Continuar matando os pensamentos, continuar apagados as lembranças, faz sentido, as lembranças são como campos florescidos, no qual nós somos os jardineiros... Expressar? A sensação que me bate é que a senhora personagem sempre esteve ansiosa para ouvir doces ilusões, ou, por qual motivo ser guiado para uma típica tragédia grega?

    Enfim... Seria mentira se eu dissesse a saída desse inferno, como posso mudar uma dor enraizada? Também sou aquele que procura repostas no silêncio amargurado, também sou aquele que acredita fielmente em sonhos perdidos, aquele que parou por um breve momento e continuo acreditando em sonhos solitários, aquele em busca de desejos que não passarão de momentos eternos enterrado com um corpo desfragmentado...

    Bem, a necessidade de mudar é constante.

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